O carro do Ministério de Economia em que anda Manuel Caldeira Cabral “já fez cerca de cem mil quilómetros”. “Mas houve algumas vezes em que me desloquei de avião e, portanto, não sei exatamente como contabilizar todos os quilómetros”, afirma o ministro da Economia em entrevista ao Diário de Notícias. O ministro desvaloriza, assim, as críticas da oposição que lhe chama ministro “caracoleta” e, também, o reparo de António Costa — o primeiro-ministro disse em junho que o ministro era “tímido e, talvez, discreto demais”.

“Creio que ele se referia ao facto de, havendo uma série de políticas bastante ousadas e importantes a serem desenvolvidas no Ministério da Economia, de estarmos eventualmente a ser demasiado discretos na sua divulgação”. É assim que Manuel Caldeira Cabral entende o reparo de António Costa.

Penso que [António Costa] tinha razão na questão de não estarmos a fazer muita propaganda de políticas que eram importantes – e chamo a atenção, por exemplo, para o StartUp Portugal, ou para o Indústria 4.0 ou para o Programa Capitalizar, que têm aspetos muito importantes e grande dimensão”.

Caldeira Cabral diz-se ousado e ambicioso e, devolvendo as críticas da oposição, defende que uma coisa é a “propaganda” e outra é o trabalho que é feito no terreno. Críticas a Pires de Lima? “Não estou aqui a criticar ninguém, apenas a dizer que é uma forma de trabalhar que penso que, gerando menos propaganda e menos barulho, pode gerar políticas e soluções mais estáveis e duradouras”, diz Caldeira Cabral.

Não há nada pior do que fazer uma coisa que parece muito bem e passados seis meses ter de a corrigir e três meses depois ter de a alterar. É isso que descredibiliza. Creio que temos trabalhado de uma maneira ousada”.

O ministro da Economia diz que tem feito “um número de visitas a empresas muito elevado“. O trabalho está a ser feito, mas nem sempre tem a divulgação desejável porque a agenda mediática acaba por ser dominada por “outras notícias que se sobrepõem, como a seleção que ganha o campeonato, notícias da Comissão Europeia…”

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