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Marina Abramović pede desculpa aos aborígenes da Austrália

Este artigo tem mais de 5 anos

Depois de oito dias sob fogo nas redes sociais, a artista diz-se "arrependida" por ter usado "linguagem horrível" para descrever tribos indígenas australianas.

Durante uma semana, a "performer" resistiu aos que a consideravam racista
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Durante uma semana, a "performer" resistiu aos que a consideravam racista

Manfred Werner

Durante uma semana, a "performer" resistiu aos que a consideravam racista

Manfred Werner

Uma das mais conhecidas artistas de performance, Marina Abramović apresentou esta semana um pedido de desculpas aos indígenas da Austrália por os ter descrito há 37 anos em termos agora divulgados e considerados discriminatórios.

Abramović, de 69 anos, há mais de quatro décadas autora de performances arrojadas e vanguardistas, diz-se “arrependida” da “linguagem horrível” que utilizou num diário de 1979 para descrever os aborígenes com que contactou à época. “As minhas palavras foram ofensivas e quero pedir desculpas do fundo do coração”, escreveu na terça-feira, 23, no Facebook.

O povo aborígene vive na sua maioria na Nova Gales do Sul e representa 3% da população australiana, o que corresponde a cerca de 700 mil pessoas.

“Desvalorizar a integridade, a beleza e a luta dos indígenas da Austrália, com quem Ulay [ex-companheiro e co-criador] e eu vivemos entre 1980 e 1981, terá parecido um ataque a um povo que amo especialmente e que me inspira”, acrescentou.

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O caso começou a 16 de agosto, quando uma jornalista americana, Rachel Wetzler, publicou no Instagram a imagem de uma página do livro de memórias que Marina Abramović vai lançar em outubro. Intitula-se Walk Through Walls e tem a chancela da Penguin.

Pela forma crua como descreve os aborígenes, o excerto conhecido foi de imediato considerado racista por muitos utilizadores das redes sociais. A passagem pertence originalmente a um diário e descreve o período em que Abramović viveu com membros das tribos Pitjantjatjara e Pintupi.

Parecem dinossauros. São muito estranhos e diferentes, por isso deveriam ser considerados tesouros. Mas não são”, escreveu a artista há 37 anos. “É preciso ânimo quando os conhecemos. Desde logo, têm um aspeto terrível aos olhos de um ocidental. O rosto é como nenhum outro no planeta; têm um tronco enorme (resultado negativo da aproximação à civilização ocidental é a dieta rica em açúcar, que lhes insufla o corpo) e pernas de alfinete.”

Na internet acumularam-se críticas através da hashtag #TheRacistIsPresent (“a racista está aqui”), em referência à famosa performance “The Artist is Present”, que Abramović apresentou há seis anos no MoMa, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Entretanto, a publicação de Rachel Wetzler foi removida do Instagram e a editora informou que o excerto não consta da versão final do livro.

A performer reagiu no próprio dia com um comentário no Facebook. O excerto dado a conhecer pela jornalista americana corresponderia a uma “versão provisória e não revista” do livro e “não representa” a opinião que Abramović “posteriormente formou” sobre os aborígenes australianos.

O diretor do Instituto Mariana Abramović disse na ocasião ao jornal The Sidney Morning Herald que o texto em causa “não é um excerto oficial” do livro da performer. No mesmo jornal, o artista de origem aborígene Christian Thompsom, que já trabalhou com Abramović, defendeu não haver motivos para se falar em racismo, pois a artista sempre “demonstrou apoio” aos indígenas australianos.

No pedido de desculpas agora apresentado, Abramović entende haver ofensa e preconceito naquilo que escreveu em 1979.

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