Uma bomba explodiu, às primeiras horas da madrugada, no Instituto de Criminologia, em Neder-Over-Hembeek, um subúrbio na zona norte de Bruxelas, na Bélgica, mas não causou feridos, de acordo com os órgãos de comunicação locais. Os atacantes seguiam num carro, tendo forçado a entrada atirando o veículo contra as barreiras da entrada do edifício, e terão atirado um engenho explosivo para dentro do instituto. Um porta-voz dos bombeiros, Pierre Meys, disse à comunicação social que “a explosão foi extremamente poderosa” e que “as janelas do laboratório foram atiradas dezenas de metros”.
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O episódio aconteceu perto das 3h00 locais (2h00 de Lisboa), junto dos laboratórios, que pegaram fogo, mas o edifício estava vazio e portanto não se registam feridos. Ainda não é certo o que terá acontecido aos suspeitos de terem feito detonar o explosivo, que causou danos significativos nos laboratórios. Após o ataque, os suspeitos pegaram fogo ao veículo.
A procuradoria-geral de Bruxelas considerou o incidente como “um ato criminoso”. A porta-voz Ine Van Wymersch disse não confirmar sequer a existência de uma bomba, de acordo com a AP. O Ministério Pública de Bruxelas já anunciou que vai investigar as causas da explosão.
O Instituto de Criminologia de Bruxelas apoia as autoridades belgas na investigação de crimes, através da análise científica de provas. A polícia belga deteve cinco suspeitos no âmbito da investigação à explosão que fez avultados estragos mas não causou vítimas. Segundo a procuradoria, não há de momento razão para relacionar o incidente com terrorismo, sendo mais provável tratar-se de uma tentativa de destruição de provas.
“Cinco pessoas foram detidas na vizinhança (…) Estão a ser interrogadas para determinar se tiveram algum papel no incidente”, disse Ine Van Wymersch numa conferência de imprensa. “A possibilidade de se tratar de um ato terrorista não foi confirmada”, afirmou Van Wymersch num comunicado distribuído aos jornalistas na ocasião. “É possível que vários indivíduos podem ter querido destruir provas. Uma investigação está em curso e várias linhas de investigação estão a ser consideradas”, lê-se também no texto.
Van Wymersch disse que o laboratório, que recolhe e analisa provas, “não foi escolhido por acaso”. “É uma parte importante do departamento de justiça e lida com informação sensível relacionada com vários processos em curso”, disse.
A porta-voz referiu que testemunhas disseram ter ouvido várias explosões, mas que as autoridades ainda não determinaram como elas foram provocadas. A imprensa belga noticiou que um automóvel foi lançado contra os portões do edifício, provocando um incêndio que terá causado várias explosões no laboratório.
Bilal Hadfi, o homem que se fez explodir junto ao Estádio de França nos ataques de Paris, em novembro de 2015, vivia naquele bairro belga, perto do instituto, avança a BBC.
O país encontra-se em alerta elevado contra terrorismo desde os ataques de março deste ano no aeroporto e no metro da capital, em que morreram 32 pessoas. Também esta madrugada, o aeroporto internacional de Los Angeles esteve encerrado durante cerca de duas horas, mas tratou-se de um falso alarme. Alguns passageiros ouviram “barulhos com um volume mais alto do que o comum”, e deram o alarme. Já no domingo, um homem tentou fazer-se explodir durante uma missa, numa igreja na Indonésia, mas o engenho explosivo não rebentou. O homem ainda tentou matar o padre com um machado, mas o sacerdote apenas sofreu ferimentos ligeiros.