O Brasil registou um défice primário de 51,1 mil milhões de reais (14,16 mil milhões de euros) nos primeiros sete meses do ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Tesouro Nacional. Trata-se do pior resultado para o acumulado dos sete primeiros meses do ano desde o início da atual contabilização do défice primário (despesas maiores do que as receitas desconsiderando os juros da dívida pública) desde 1997, segundo o portal G1.

Até agora, o pior défice acumulado de janeiro a julho tinha sido registado no ano passado, com 8,9 mil milhões de reais (2,46 mil milhões de euros). Apenas em julho deste ano, o prejuízo nas contas foi de 18,5 mil milhões de reais (5,14 mil milhões de euros), igualmente o pior resultado para meses de julho em 20 anos.

Numa altura em que o Brasil enfrenta uma recessão profunda, a queda das receitas foi a principal responsável pelo aumento do défice primário. “O crescimento do défice da previdência social [segurança social] tem sido o principal condicionante do resultado primário do Governo Central”, com um défice de 73,4 mil milhões de reais (20,349 mil milhões de euros) nos sete meses, segundo o Tesouro Nacional.

“Enquanto o Tesouro Nacional e o Banco Central foram superavitários [com lucro] em 22 mil milhões de reais [6 mil milhões de euros]”, de acordo com a mesma fonte. O resultado negativo foi impulsionado pelo pagamento de passivos do Governo referentes a subsídios, subvenções e ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária.

O défice poderia ter sido pior não fosse a entrada de dinheiro relativo à renovação da concessão de centrais hidrelétricas. Também ajudou a queda nos gastos com funcionamento público e nas despesas discricionárias (não obrigatórias) em todos os poderes. O Governo interno, de Michel Temer, já fez saber que pretende levar a cabo uma reforma na Previdência Social.

Devido a estes números, o Governo fez aprovar no Congresso a alteração da meta fiscal para um prejuízo de até 170,5 mil milhões de reais (47,209 mil milhões de euros) em 2016.

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