Dezenas de milhares de pessoas estão concentradas esta quinta-feira em vários pontos da capital venezuelana a participar na marcha “Tomada de Caracas”, uma ação da oposição venezuelana para exigir a realização de um referendo revogatório do mandato do Presidente Nicolás Maduro.

Os participantes responderam ao apelo da aliança opositora venezuelana Mesa de Unidade Democrática (MUD) e começaram a juntar-se às primeiras horas da manhã em seis locais da cidade de Caracas vestidos de branco e com bandeiras da Venezuela.

Muitos dos manifestantes viajaram do interior do país, apesar dos alegados constrangimentos impostos pelas autoridades venezuelanas que, segundo os líderes da MUD, restringiram os acessos à cidade e bloquearam algumas vias de circulação.

Os opositores do atual governo venezuelano exigem que as autoridades eleitorais marquem uma data para iniciar uma nova etapa de um longo processo que prevê a realização de um referendo revogatório do mandato de Nicolás Maduro.

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“Estamos a pressionar para que reconheçam e respeitem o direito constitucional de revogar o governo este ano”, disse o presidente do parlamento venezuelano, o opositor Henry Ramos Allup, acrescentando que, mesmo que o processo esteja a ser conduzido de forma democrática e constitucional, o executivo de Maduro continua a tentar impedi-lo de qualquer maneira.

O secretário-geral do histórico partido Ação Democrática (AD) afirmou igualmente que outras ações da oposição estão a ser preparadas para pressionar o avanço do processo revogatório, medida perseguida pelas forças anti Maduro desde abril último.

Sobre a denúncia do governo de Caracas que setores opositores estavam a preparar ações de violência durante a marcha “Tomada de Caracas”, Henry Ramos Allup reiterou que a manifestação deve terminar como previsto “de forma pacífica, democrática, como uma grande demonstração da resposta cívica e do desejo do povo venezuelano de ativar um referendo revogatório”.

“Não prevemos, nem desejamos, nem queremos que o resultado seja outro”, acrescentou.

Também nas ruas de Caracas estão os apoiantes do governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Os “chavistas” (apoiantes do regime) foram os primeiros a concentrarem-se na capital venezuelana, na quarta-feira, em resposta a um apelo do chefe de Estado venezuelano que denunciou que setores opositores estavam a preparar, com o apoio dos Estados Unidos, um golpe de Estado para o dia de hoje.

Segundo o Partido Socialista Unido da Venezuela, os apoiantes de Maduro assumiram o compromisso de permanecer nas ruas até ao dia de hoje, com a missão de garantir a paz e impedir alegadas tentativas para criar violência nas concentrações da oposição.