O PS não quis deixar arrefecer as críticas que vários dirigentes sociais-democratas lançaram nos últimos dias e, esta quinta-feira, os socialistas entraram no jogo da troca de bolas com o principal partido da oposição. Perante o “ressuscitar de alguns fantasmas” por parte de Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e de Miguel Poiares Maduro, a secretária-geral adjunta do PS pede “o mínimo de bom senso”. Porque, entende Ana Catarina Mendes, “o país não esquece”, por exemplo, “o entusiasmo” com que Passos Coelho defendeu “a austeridade para além da troika”.

Esta terça-feira, na sua intervenção na Universidade de Verão do PSD, a antecessora de Mário Centeno na pasta da Finanças mostrou-se preocupada com o rumo da economia portuguesa. Maria Luís Albuquerque retomou os números da governação social-democrata para sublinhar as preocupações do PSD com a perda de confiança dos investidores.

Foi por aí que Ana Catarina Mendes decidiu contra-atacar.

Os portugueses sabem hoje que, pela primeira vez nesta década, a meta orçamental do défice definida pelas regras europeias vai ser cumprida neste ano de 2016”, sublinhou a secretária-geral adjunta socialista.

Para o PS, esta realidade mostra que “havia efetivamente um outro caminho além do da austeridade sobre austeridade”. No ajuste de contas, a dirigente socialista não deixou de fora os protagonistas do PSD que nos últimos dias se debruçaram sobre o momento político e económico nacional.

“O país não esquece que Maria Luís Albuquerque foi a ministra que empurrou com a barriga os problemas gravíssimos do sistema financeiro” e que “escondeu cartas da Comissão Europeia nos cofres”. Da mesma forma que “não esquece que Poiares Maduro” — que também interveio na Universidade de Verão do PSD — “foi o ministro que arrasou o investimento, com um atraso inconcebível na execução dos fundos comunitários”.

Além de “bom senso”, e numa altura em que o partido se prepara para avançar com a elaboração do Orçamento do Estado para o próximo ano, o PS gostaria de ver “projetos políticos claros e alternativos” no parlamento. “Mas o PSD, a quem tal competiria como maior partido da oposição, parece refugiado no passado”, diz Ana Catarina Mendes.

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