Depois de ter vencido as três primeiras votações secretas do Conselho de Segurança para chegar ao cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres e os restantes candidatos voltarão a votos nos dias 9 e 26 de setembro. Se não houver desistências até lá, continuarão a ser 10 os candidatos ao cargo mais cimeiro das Nações Unidas.

De acordo com a Xinhua, agência de notícias estatal chinesa, a votação continuará a ser feita de forma totalmente secreta, seguindo o atual modelo em que todos os países têm boletins de voto iguais.

Depois destas duas votações no mês de setembro, haverá outra, na primeira semana de outubro. Será nesta votação, a sexta desde que o processo foi iniciado, que os cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança (Rússia, China, EUA, França e Reino Unido) vão passar a ter boletins de voto coloridos.

Este sistema permitirá saber quem são os candidatos que recebem votos de desencorajamento por parte dos membros permanentes — uma informação importante, uma vez que aqueles cinco países têm poder de veto sobre todas as decisões do Conselho de Segurança, inclusive sobre qual candidato é que aquele órgão aconselha para nomeação para o cargo de Secretário-Geral. Desta forma, essa informação poderá ser vital para acelerar o processo, levando à desistência de pelo menos alguns dos candidatos que contem com a oposição de um país com poder de veto.

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Votos de desencorajamento de membros permanentes podem travar Guterres

Esse poderá vir a ser um problema para António Guterres, mesmo que se tenha distinguido até agora, e de forma clara, como o candidato com melhor resultado. Isto porque, de votação em votação, foram aumentando os votos de desencorajamento contra a sua candidatura. Em 21 de julho não teve nenhum; em 5 de agosto recebeu dois votos de desencorajamento; em 29 de agosto o número subiu para três, aumentando a probabilidade de, entre estes, estar pelo menos um dos países com poder de veto.

Além dos cinco membros permanentes, o Conselho de Segurança conta com 10 membros rotativos: Angola, Egito, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Senegal, Espanha, Ucrânia, Uruguai e Venezuela.

A votação do Conselho de Segurança é secreta e não tem caráter vinculativo, tratando-se apenas de uma recomendação daquele órgão sobre quem acredita que deve ocupar o cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas. A votação final cabe à Assembleia Geral das Nações Unidas, que terá de tomar a decisão final até 31 de dezembro deste ano, o dia em que Ban Ki-moon termina as suas funções como Secretário-Geral das Nações Unidas.