O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, garantiu que se conseguiram ultrapassar algumas questões técnicas, mas que ainda restam alguns “tópicos complicados” por solucionar para alcançar um acordo com a Rússia para um cessar-fogo na Síria. Menos otimista é o cenário traçado por um alto responsável norte-americano que afirmou, este domingo, que a Rússia “recuou” em alguns pontos nas suas negociações com os Estados Unidos sobre a Síria, tornando impossível um acordo de cooperação entre as duas superpotências.
“Os russos recuaram em pontos que pensamos carecerem de acordo”, disse um alto responsável do Departamento de Estado, à margem da cimeira do G20, que se realiza este domingo e segunda-feira na cidade chinesa de Hangzhou.
No entanto, indicou, os chefes da diplomacia dos dois países — o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o seu homólogo russo, Sergeï Lavrov — voltam a reunir-se novamente na segunda-feira de manhã, à margem da cimeira.
Esta manhã, um outro alto responsável do Departamento do Estado norte-americano alimentou especulações sobre a iminência de um acordo entre os dois países, tendo mesmo avançado à comunicação social que este poderia ser alcançado durante o dia de hoje, uma informação que foi desmentida pelo presidente Barack Obama.
“John Kerry e o seu homólogo russo trabalham sem descanso, em contínuo […], mas ainda não chegámos a esse ponto” e as negociações são “difíceis”, afirmou Obama.
Na sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, considerou que Moscovo e Washington poderiam chegar a um acordo “em breve”.
Kerry, que lidera as negociações com o lado russo, apelou à calma e disse que se levará o tempo necessário para assegurar que se está a fazer tudo para aumentar as probabilidades de êxito.
“Não vamos acelerar e não nos vamos comprometer com algo que não tenha uma oportunidade legítima de ser um trabalho bem feito”, disse.
Do lado russo, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Riabkov, disse, com mais otimismo do que o mostrado por Kerry, que Moscovo e Washington estão próximos de conseguir um acordo sobre a Síria. “Digo-vos sem hesitar que estamos próximos de um acordo (…) e não há nenhum fundamento para supor que colapse”, disse Riabkov, que acrescentou que a reunião entre Kerry e Lavrov ajudou ao avanço em direção a um acordo.
Não se prevê qualquer encontro oficial entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin.