O Prémio António Champalimaud de Visão, que este ano celebra a sua 10.ª edição, foi atribuído a quatro investigadores das Universidades de Columbia, Cambridge, Harvard e Stanford pelas “descobertas extraordinárias na relação entre cérebro e olhos”. O galardão, no valor de 1 milhão de euros, é o maior prémio do mundo atribuído na área da visão.

O júri internacional decidiu destacar o “assinalável avanço protagonizado por estes quatro cientistas” que, explica a Fundação Champalimaud em comunicado, “vem possibilitar o tratamento no futuro de muitos e diferentes distúrbios da visão através de terapias neurológicas”.

A nossa visão depende, em grande parte, das conexões sinápticas que são estabelecidas entre as células da retina e as regiões do cérebro responsáveis pelo processamento dessa informação. “Quando as projeções da retina não são formadas corretamente, a visão formada no cérebro torna-se anormal e a nossa capacidade de ver é muito prejudicada”, explica a Fundação.

Ora, as relações que estes investigadores conseguiram estabelecer entre os olhos e o cérebro vão permitir, no futuro, desenvolver terapias focadas no cérebro, com o objetivo de melhorar a sua capacidade de receber as informações transmitidas pelas células da retina.

“Este avanço representa uma verdadeira revolução nos padrões conhecidos da ciência e nas consequentes abordagens terapêuticas” e podem “ser a chave para desbloquear novos tipos de tratamento”, pode ler-se no comunicado da Fundação.

No futuro, estas terapias podem mesmo devolver a visão a pessoas que são incapazes de ver como resultado de conexões sinápticas mal estabelecidas.

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