A Formula 1 vai mudar de dono e passar a ser controlada pelo conglomerado norte-americano Liberty Media. Numa operação avaliada em oito mil milhões de dólares (cerca de sete mil milhões de euros), Bernie Ecclestone, de 85 anos vai, para já, continuar como diretor operacional, mas todos os analistas estão a antecipar alterações profundas na modalidade no médio prazo.
O negócio estava a ser preparado há vários meses, mas a Liberty Media comprou, finalmente, as ações que lhe atribuem o controlo acionista na Formula 1. Quem vendeu as ações foi a empresa de investimentos CVC Capital, que controlava a Formula 1 há cerca de 10 anos.
O controverso Bernie Ecclestone vai continuar na liderança operacional da empresa, mas passará a ter como presidente do conselho de administração Chase Carey, um executivo da Fox (de Rupert Murdoch) que além de uma longa carreira no setor dos media é, também, conhecido pelo seu distinto bigode.
A prioridade da Formula 1 — a empresa –, sob a nova liderança, será conquistar novos públicos e, claro, audiências. A Liberty Media poderá, acreditam observadores, introduzir alterações na modalidade para a tornar mais do agrado do público norte-americano, onde a modalidade tem uma expressão menor. Como descreve a BBC, a aposta nos meios digitais é outra inevitabilidade, depois da “negligência digital” de que muitos acusam Bernie Ecclestone.
“Vejo uma grande oportunidade para ajudar a Formula 1 a continuar a desenvolver-se e prosperar, em benefício do desporto, equipas e investidores”, afirmou Chase Carey, ao anunciar o negócio.
A Liberty Media tem várias posições acionistas em empresas de media e telecomunicações nos EUA e é controlada pelo multimilionário John Malone, empresário a quem o ex-vice-Presidente dos EUA Al Gore chamou “Darth Vader”, depois de este ter aumentado os preços das mensalidades dos clientes de cabo da TCI, empresa que liderava nessa altura.