A bolsa nova-iorquina regressou nesta sexta-feira a uma forte volatilidade e terminou em baixa pronunciada, com os investidores a recearem um endurecimento da política monetária por parte da Reserva Federal (Fed). Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average perdeu 2,13% (394,46 pontos), para as 18.085,45 unidades, e o Nasdaq ainda desvalorizou mais, ao descer 2,54% (133,57), para as 5.125,91. O índice alargado S&P 500 baixou 2,45% (53,49), para os 2.127,81 pontos.

Depois de um verão calmo, a bolsa de Nova Iorque registou a mais forte baixa do Dow Jones desde 24 de junho, no dia seguinte ao referendo britânico sobre a saída da União Europeia.

“Depois dos comentários do Banco Central Europeu, ontem (quinta-feira), e das declarações de dirigentes da Fed (hoje), as probabilidades aumentam de a Fed, e o mundo, se aproximar do limite da sua política de dinheiro barato”, disse David Levy, da Republic Wealth Advisors.

Os mercados acionistas, no seu conjunto, beneficiaram de uma política acomodatícia (taxas de juro baixas) dos bancos centrais e receiam portanto um endurecimento monetário”, designadamente pela subida das taxas.

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Na sexta-feira, o presidente do banco da Fed em Boston, Eric Rosengren, conhecido por defender a manutenção das taxas de juro baixas, deu o tom, ao indicar, pela segunda vez em duas semanas, que já era tempo de normalizar gradualmente a política monetária dos EUA.

Um pouco mais tarde, as declarações mais contidas de Daniel Tarullo, um governador da Fed, não acalmaram a inquietação dos investidores, por ter dito que entendia que a economia norte-americana não estava sobreaquecida.

Se as probabilidades de uma subida das taxas de juro na próxima reunião do comité de política monetária da Fed (FOMC, na sigla em Inglês), marcada para 20 e 21 de setembro, permanecem fracas, segundo os analistas do mercado, estas declarações somam-se à deceção causada na quinta-feira pelo Banco Central Europeu, que não prolongou o seu programa de compra de ativos para além de março de 2017.

Outro fator que contribuiu para a baixa de hoje foi a forte descida da cotação do petróleo, que anulou no essencial a recuperação registada na véspera.