O Banco de Espanha reconhece que os 26.300 milhões de euros injetados pelo Estado são dados como perdidos, ao contrário do que anunciou o governo do PP quando prometeu aos espanhóis que não seriam eles a pagar a crise na banca. A informação é avançada esta segunda-feira pelo jornal El Pais que cita informação do banco central do país vizinho.

O setor bancário espanhol recebeu um resgate em 2012 que envolveu um empréstimo internacional da ordem dos 40 mil milhões de euros. O epicentro dos problemas bancários esteve na cajas (caixas) regionais que passaram por um processo de consolidação imposto pelo Banco de Espanha de 2010. Segundo as contas feitas pelo jornal espanhol, num envelope de 38 mil milhões de euros destinado a limpar o balanço das cajas, também os fundos colocados pelos restantes bancos, 11,7 mil milhões de euros, são considerado irrecuperáveis.

A conta final ainda não está contudo fechada, porque falta vender a Bankia, a instituição que resultou da fusão de sete cajas regionais. Os contribuintes espanhóis injetaram 22,4 mil milhões no banco, dos quais 43% via aumento de capital, mas nenhuma fonte financeira acredita que será possível recuperar o que foi investido.

O supervisor do país vizinho revelou na semana passada um balanço das ajudas públicas à recapitalização dos bancos. Dos mais de 51 mil milhões de euros colocados nos bancos desde 2008, apenas foram recuperados 5%.

Em Portugal, as contas feitas pelo Tribunal de Contas até 2014 mostraram que os apoios líquidos dados até à data ascendiam a 11,8 mil milhões de euros, o que representava uma percentagem de 6,8% do Produto Interno Bruto, superior à média da União Europeia. Contas do BCE feitas para o mesmo período apontaram para 19,5 mil milhões de euros de fundos públicos canalizados para os bancos portugueses, uma valor que exclui o que foi devolvido pelas instituições, entretanto.

Esta soma não incluía ainda os cerca de três mil milhões de euros usados na resolução do Banif, no final do ano passado, e a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos que envolve 5.160 milhões de euros, dos quais 2.700 milhões correspondem a uma injeção do acionista Estado.

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