O chefe do Governo de Macau considera que estão a ser criadas “muitas condições” para que residentes e futuras gerações naquela região possam aprender português.

“A nossa lei básica estipula que o português é uma das línguas oficiais e desde o passado tem sempre sido generalizado e promovido o ensino da língua portuguesa. Estamos a criar muitas condições e oportunidades para que os nossos residentes e gerações futuras possam ter acesso ao ensino da língua portuguesa”, disse hoje o chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Chui Sai On, no final da quarta reunião da comissão mista entre Portugal e Macau, que decorreu na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.

O executivo de Macau oferece cursos de português nos vários níveis de ensino nas escolas públicas e apoia as privadas quanto ao pessoal docente e materiais didáticos. Mas, sublinhou o governante chinês: “Apenas proporcionamos oportunidades, a escolha depende de cada um”.

O reforço da cooperação na educação foi um dos temas em destaque na reunião de hoje, que foi copresidida, pelo lado português, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Macau é uma excelente plataforma para a difusão da língua portuguesa em toda a China”, considerou o chefe da diplomacia portuguesa, que saudou a decisão recente das autoridades de generalizar o ensino do português a todas as escolas da Região, sendo um projeto com “prioridade de apoio” do executivo de Macau. Santos Silva declarou a disponibilidade de Portugal para apoiar a formação de professores.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A nível do ensino superior, o ministro destacou as experiências de intercâmbio de estudantes, “com todo o êxito”, e elogiou a iniciativa de Macau de formar especialistas em língua portuguesa, “garantindo a presença de quadros que sejam também capacitados em língua portuguesa em áreas tão críticas como o direito, as finanças e a gestão, a saúde ou a engenharia civil”.

“Esta é também uma área de forte cooperação entre o sistema de ensino superior português e o sistema de ensino superior de Macau”, salientou.

Na reunião de hoje, também foi abordada a cooperação científica, estando previsto um encontro, a promover por Chui Sai On, entre o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologias de Macau e o Fundação de Ciência e Tecnologia de Portugal “para criar novas condições para o desenvolvimento da cooperação científica e tecnológica”, acrescentou Santos Silva.

Os dois responsáveis acordaram também aprofundar a cooperação no domínio do empreendedorismo jovem, no âmbito das ‘startups’ (jovens empresas da área tecnológica).

Questionado pelos jornalistas, o chefe do executivo de Macau declarou que as autoridades têm apoiado a Escola Portuguesa de Macau “de várias formas” e vão continuar a “apoiar o funcionamento” da instituição, embora sem especificar de que modo.