O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, excluiu-se esta segunda-feira de qualquer disputa eleitoral autárquica, mas considerou que o partido tem condições para apresentar “uma candidatura ganhadora a Lisboa”, dizendo que Assunção Cristas representa “a candidatura do CDS”.

No dia em que arrancam as jornadas parlamentares do PSD, em Coimbra, Luís Montenegro desdramatizou, em declarações aos jornalistas, o anúncio da candidatura da líder do CDS-PP, Assunção Cristas, à Câmara Municipal de Lisboa.

“Não há drama nenhum na candidatura da Dr.ª Assunção Cristas, agora temos de ter noção de uma coisa – é a estratégia e a candidatura do CDS”, sublinhou, acrescentando que os democratas-cristãos não são os adversários autárquicos do PSD.

Questionado se admite protagonizar ele próprio uma candidatura a Lisboa ou ao Porto, depois de ter sido autarca em Espinho, Montenegro excluiu essa possibilidade, dizendo ter encerrado em 2013 uma experiência autárquica de 20 anos.

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“Neste momento não tenho nenhuma intenção – e portanto isso não irá acontecer – de retomar a minha vida autárquica. No PSD, temos de procurar bons protagonistas mas eu neste caso estou concentrado no meu trabalho parlamentar (…). Há muitos quadros no PSD com mais disponibilidade e mais capacidade”, referiu.

O líder parlamentar do PSD recordou que o partido já aprovou um calendário interno com vista à apresentação dos candidatos às autárquicas, que se disputarão no outono do próximo ano, e que passa por fechar este processo até ao primeiro trimestre de 2017.

“Dentro do calendário que já aprovámos, creio que temos todas as condições para apresentar uma candidatura ganhadora a Lisboa e eu diria que Lisboa precisa muito disso”, referiu, apontando a capital portuguesa como “uma cidade desorganizada e caótica do ponto de vista do trânsito”.

“Só quem não anda em Lisboa é que pode estar tranquilo relativamente ao que tem sido a política municipal”, referiu, dizendo que “o PSD como principal partido de oposição precisa e tem condições de apresentar uma candidatura forte”.

O líder parlamentar social-democrata recusou-se a apontar nomes de candidatos autárquicos para as duas principais cidades do país, mas considerou que o partido tem “boas personalidades” para esses dois combates e que nenhum deles está decidido à partida.

“Nenhuma dessas eleições está decidida – Lisboa manifestamente está muito carenciada de uma outra liderança política, o Porto tem um enquadramento diferente porque o presidente da Câmara [Rui Moreira] emanou de uma candidatura independente”, disse, mas realçando que, “no Porto, muitas vezes tem ganhado as eleições aquele candidato que à partida não é o favorito”.