A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou hoje que o PSD está “em choque” porque, ao contrário dos seus governos, ainda não foi necessário apresentar nenhum orçamento retificativo.

Julgo que o PSD talvez esteja um pouco em choque porque estamos em setembro e ainda não houve nenhum orçamento retificativo. Com os seus governos nunca foi assim”, afirmou em Gaia a deputada bloquista.

A deputada reagiu assim quando questionada pelos jornalistas sobre as afirmações do ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre um eventual segundo resgate financeiro.

“Julgo que não era exatamente esse o tema. Foi interpretado como foi, o PSD falou profusamente sobre essa questão”, assinalou.

Depois de Mário Centeno ter dito à estação televisiva norte-americana CNBC que Portugal fará o necessário para evitar um segundo resgate financeiro, foi acusado de “piromania política” pelo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro.

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Catarina Martins defendeu que a preocupação atual do BE “são as negociações do Orçamento do Estado”.

“O central é que consigamos continuar a cumprir o acordo que fizemos, um acordo para parar o empobrecimento, para recuperar rendimentos e nisso há alguns dossiês que são essenciais, nomeadamente o aumento real das reformas”, assinalou.

Quanto ao Orçamento do Estado, a bloquista admitiu que “as negociações são sempre complicadas”, lembrando o “acordo estabelecido” e que “guia” o documento.

Esse acordo prevê, por exemplo, a subida do salário mínimo para 557 euros no próximo janeiro e essas medidas já são medidas estáveis e, portanto, há uma parte das negociações que está feita”, referiu.

Admitiu ainda existir “uma parte que é mais complicada“, nomeadamente “o aumento real das pensões“.

“É de facto um tema que não está nos acordos, mas todas as pessoas percebem que quem recebe a sua pensão não teve até agora qualquer recuperação de rendimentos com este Governo”, assinalou.

O aumento das pensões poderá ser mesmo, para Catarina Martins, o dossiê “mais complicado, porque não estava previsto assim no acordo”, acreditando porém que “haverá disponibilidade de todas as partes para uma negociação que chegue a bom porto”.