Mário Cesariny, Adriano Correia e Francisco Lyon de Castro foram homenageados esta quinta-feira pela Câmara Municipal de Lisboa com a atribuição dos seus nomes a três ruas na zona de Entrecampos. Além do descerramento das placas, foi também inaugurado um mural de arte urbana, junto às Avenida das Forças Armadas, no qual são os três artistas são retratados. A cerimónia, que decorreu ao final da tarde, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina.

A intervenção de arte urbana, da autoria de Murta Uivo, Miguel Brum e Smile, foi uma das propostas vencedoras do Orçamento Participativo da Câmara de Lisboa de 2014 e foi subscrito pela Associação de Moradores da Praça de Entrecampos.

Mário Cesariny, considerado um dos principais representantes do movimento surrealista em Portugal, foi poeta e pintor. Durante vários anos, dedicou-se a um intenso trabalho de recolha e compilação do trabalho de Adriano Correia e Francisco Lyon. Recebeu vários prémios pela obra escrita e plástica, como o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Grande Prémio EDP de Artes Plásticas. Em 2005, um ano antes da sua morte, foi-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

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A homenagem ao surrealista acontece a poucos meses de se completarem os dez anos da sua morte, altura em que será finalmente trasladado para um jazigo no Cemitério dos Prazeres. Cesariny morreu a 26 de novembro de 2006.

Adriano Correia de Oliveira tornou-se conhecido como intérprete do fado de Coimbra e como cantor de intervenção. Ao longo da sua vida, editou seis álbuns em nome próprio e foi postumamente condecorado com o título de Comendador da Ordem da Liberdade, em 1983, e de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1994.

Francisco Lyon de Castro fundou, com o seu irmão Adelino as Publicações Europa-América, em 1945, que, além da atividade editorial, se propunham importar livros e publicações periódicas estrangeiras. Antes do 25 de Abril, editou vários autores proibidos pelo Estado Novo, como Soeiro Pereira Gomes, Alves Redol, Garcia Marquez e Jorge Amado, de quem era amigo.

Em 1975, foi condecorado com a Ordem Nacional de Mérito de França e recebeu o grau de Comendador da Ordem da Liberdade de Portugal. Em 2000, o Governo francês conferiu a Lyon de Castro o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.