O esloveno Aleksander Ceferin inicia esta quinta-feira as funções de presidente da UEFA, cargo para o qual foi eleito na quarta-feira, em Atenas, enfrentando decisões complexas, grandes expectativas e algum ceticismo sobre a sua experiência como dirigente.

Presidente da Federação Eslovena de Futebol desde 2011, Ceferin é, para muitos, o rosto da revolução no seio do organismo, também ele abalado pelo escândalo de corrupção que ‘varreu’ a FIFA, mas, para outros, falta-lhe a experiência num alto cargo para tomar conta do futebol europeu.

O primeiro-ministro da Eslovénia, Miro Cerar, convocou propositadamente uma conferência de imprensa para felicitar o novo presidente da UEFA, considerando que a quarta-feira foi “um grande dia” para o país, de dois milhões de habitantes.

No entanto, na Holanda, país do candidato derrotado, Michael van Praag, presidente da Federação Holandesa de Futebol e ‘vice’ da UEFA, continuam a existir muitas dúvidas sobre a capacidade de Ceferin, traduzidas pelo jornal Algemeen Dagblad: “É fora do comum um esloveno desconhecido ter sido eleito”.

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Para o mesmo jornal, o ministro dos Desportos da Rússia, Vitaly Mutko, “pressionou muitos países para permitir a vitória [de Aleksander Ceferin”.

Já o canal televisivo alemão ARD considera que o novo presidente da UEFA – apoiado pela Federação Portuguesa de Futebol – “fez um discurso frio e calculista” em Atenas, palco do Congresso Extraordinário eleitoral.

“O discurso de ‘não falamos de corrupção, das redes de interesses ou de investigações’ era o que muitos altos executivos da UEFA queriam ouvir”, considera o mesmo canal.

Para o presidente da ‘poderosa’ Federação Alemã de Futebol, Reinhard Grindel, o voto no homólogo esloveno mostrou “fundamentalmente uma nova dinâmica” ao futebol europeu, embora queira ter uma palavra a dizer nos projetos do novo presidente da UEFA.

No seu discurso após o resultado das eleições (42 votos contra 13 do holandês), Ceferin que a revisão do novo acordo para a Liga dos Campeões, que beneficia as quatro federações mais poderosas da Europa, será a sua prioridade.

“Sobre a Liga dos Campeões, ainda não fomos devidamente informados. Temos de nos sentar com as 55 federações nacionais para ver qual foi o acordo e o que poderemos fazer no futuro relativamente a ele”, indicou Ceferin, em conferência de imprensa.

O dirigente esloveno, que se tornou o sétimo presidente do organismo regulador do futebol europeu afirmou mesmo que “será o primeiro assunto” que vai tratar.

Várias federações manifestaram-se contra o acordo anunciado a 26 de agosto pelo Comité Executivo da UEFA para o período 2018-2021, segundo o qual Alemanha, Espanha, Inglaterra e Itália têm quatro lugares diretos assegurados na principal prova continental de clubes.