Em 2015, os pacientes tiveram de esperar mais tempo para serem observados por um especialista ou para serem operados. O número de consultas e cirurgias também aumentou no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo o Relatório Anual sobre o Acesso aos Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas de 2015, no final do ano passado mais de 196 mil pessoas estavam em lista de espera para ser operadas, informa o jornal Público.

Ao todo, 12,3% dos doentes foram submetidos a intervenções cirúrgicas fora dos prazos máximos previstos na lei — 270 dias para casos normais, 60 dias para casos prioritários e 15 dias para casos muito prioritários — e 26% das consultas não respeitaram os tempos máximos de resposta — 150 dias para casos de prioridade normal, dois meses para casos prioritários e um mês em casos muito prioritários.

Segundo o relatório distribuído na Comissão Parlamentar de Saúde, realizaram-se 1,194 milhões de consultas em 2015 e o tempo de resposta médio a um pedido de primeira consulta de especialidade foi de 115,2 dias — mantendo-se os valores de 2014. As especialidades com maiores dificuldades em responder ao número de consultas são a dermatologia e a oftalmologia, sendo que pouco mais de metade destas consultas cumprem os prazos limite definidos. Tanto a obstetrícia como a medicina física e reabilitação conseguiram garantir mais de 90% das consultas dentro do prazo.

O mesmo relatório mostra que se realizaram 559 mil cirurgias no ano passado e que o tempo médio de resposta foi de 2,8 meses. Os hospitais públicos aumentaram a atividade em 0,6%. A atividade nos convencionados — quando as unidades do SNS não conseguem dar resposta no prazo previsto, os doentes recebem um vale que permite que sejam operados num hospital privado — cresceu 9,4%.

No fim de 2015 mais de um milhão de pessoas inscritas no SNS não tinham médico de família atribuído.

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