Cabo Verde e os Estados Unidos da América assinaram esta sexta-feira, na cidade da Praia, um acordo de colaboração com vista a melhorar a competitividade das empresas cabo-verdianas e aumentar as suas exportações para os Estados Unidos.

O documento foi rubricado pelo embaixador dos Estados Unidos em Cabo Verde, Donald Helfim, e pela presidente da Cabo Verde TradeInvest, Ana Lima Barber, numa sessão que contou também com a presença do ministro da Economia cabo-verdiano, José Gonçalves.

O acordo, sob a forma de carta de colaboração, prevê disponibilizar um serviço de aconselhamento a empresas cabo-verdianas que lhes permita “aumentar a competitividade, o comércio regional e as exportações globais de valor acrescentado, particularmente para os Estados Unidos, ao abrigo do African Growth and Opportunity Act (AGOA)”, que prevê a entrada nos Estados Unidos de um conjunto de produtos sem taxas aduaneiras.

O documento prevê ainda que seja disponibilizada, além de assistência técnica a empresas e associações de comércio e negócios, colaboração na promoção comercial, passando pela participação em feiras, conferências, ligações regionais e internacionais.

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Ana Lima Barber, presidente da Cabo Verde Trade Invest, adiantou durante a cerimónia de assinatura do documento, que Cabo Verde “não aproveitou as vantagens” do AGOA, salientando que existe uma “nova orientação política” de promoção das exportações.

Para a responsável, a assinatura do acordo é um primeiro passo nesse sentido, que deverá agora ser seguido da elaboração de um plano estratégico para identificar segmentos onde os produtos cabo-verdianos melhor se poderão inserir no mercado norte-americano.

No mesmo sentido, o ministro da Economia e do Emprego cabo-verdiano, José Gonçalves, sublinhou a importância de apostar em “nichos de mercado” para os produtos cabo-verdianos, uma vez que globalmente Cabo Verde não tem dimensão para abastecer o mercado norte-americano.

O embaixador norte-americano em Cabo Verde, David Helfim, destacou a importância do AGOA, considerando que poderá ser um “poderoso motor de crescimento”, se acompanhado de programas e reformas que beneficiem o desenvolvimento das empresas.

Na sequência da assinatura da carta de colaboração, José Gonçalves, vai participar no 15.º Fórum do AGOA, que acontece em Washington, entre os dias 22 e 26 de setembro.

A iniciativa reúne representantes africanos e norte-americanos do governo, da sociedade civil e representantes do setor privado, para discutirem as atuais relações e as possibilidades futuras de comércio e investimento.

Com vista a incentivar o crescimento económico em África e a sua integração na economia mundial, o governo dos Estados Unidos da América promulgou a 18 de Maio de 2000, a lei sobre “Crescimento e Oportunidades para a África – AGOA” (African Growth and Opportunity Act).

A lei prevê que 40 países africanos exportem para o mercado norte-americano, sem custos aduaneiros, um conjunto de produtos, além apoiar os países africanos nos seus esforços de construção de mercados livres e de abertura das suas economias ao comércio internacional.

Em junho de 2015, o governo norte-americano aprovou a extensão do AGOA por 10 anos.