O Governo equatoriano ratificou esta sexta-feira o asilo concedido há quatro anos ao fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, depois de se saber que um tribunal de recurso sueco manteve a ordem de detenção emitida em 2010 contra o australiano.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores anunciou que o Tribunal da Relação de Estocolmo negou a Assange — asilado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres — o seu pedido de levantamento da ordem de detenção.

Relativamente a esta decisão, o Governo do Equador reiterou a “validade das conclusões e recomendações” emitidas pelo Grupo de Trabalho sobre detenções arbitrárias das Nações Unidas, indicou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

Esse parecer estabelece que Assange “se encontra detido de forma arbitrária, e que deve ser libertado imediatamente“, acrescenta.

O ministério recordou que desde junho de 2012, o Governo do Equador tem tomado iniciativas “para assegurar o devido processo, evitar atrasos desnecessários e alcançar uma solução satisfatória para todas as partes”.

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Em várias ocasiões — acrescentou — o Governo equatoriano propôs à Suécia vias alternativas para avançar com as diligências.

No comunicado, o ministério afirmou que “fiel à sua larga tradição de defesa dos direitos humanos, em particular os das vítimas de perseguição política, o Equador ratifica a vigência do asilo concedido a Julian Assange há quatro anos”.

O Equador “reafirma a sua intenção de salvaguardar a sua integridade física e a sua vida até que o asilado chegue a um lugar seguro”, concluiu.

Em Copenhaga, foi noticiado esta sexta-feira que a decisão do Tribunal da Relação reafirma a decisão de há quatro meses de um tribunal inferior, que declarou que Assange continua a ser suspeito e que existe o risco de querer evitar um julgamento ou uma hipotética pena.

Os advogados de Assange anunciaram, numa declaração em Londres, que o australiano irá recorrer da decisão.