Um grupo de crianças de um jardim-de-infância da freguesia lisboeta da Estrela participou esta sexta-feira num batismo a cavalo, uma das atividades da Feira do Cavalo de Lisboa, que decorre até domingo no Terrapleno de Santos.

À tarde, as cerca de 20 crianças estavam sentadas em fardos de palha, junto ao rio Tejo, à espera da sua vez para poderem ter contacto com cavalos, a maioria pela primeira vez.

Quando os animais apareceram à sua frente, alguns desistiram, como Afonso, de quatro anos, e Frederico, de três, que confessaram à Lusa o medo que sentiram.

A educadora ainda lhes garantiu que os cavalos “são meigos” e “não fazem mal”, mas não conseguiu demovê-los.

Rita, também de quatro anos, ainda chegou a colocar o toque (uma espécie de capacete) na cabeça e a subir para cima do cavalo, mas pediu para sair, havendo logo alguém pronto para a substituir.

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Enquanto quatro crianças davam uma volta a cavalo, sempre acompanhados por monitores, os restantes, sentados nos fardos de palha, aplaudiam e gritavam entusiasticamente pelos colegas.

Ao verem os amigos, Afonso ganhou coragem e disse que afinal queria experimentar. Pouco depois, Frederico fez o mesmo. “São muito corajosos”, incentivou a educadora.

As crianças do Jardim de Infância Patronato Cristo Rei, situado no bairro da Lapa, foram apenas algumas das muitas que desde terça-feira participaram em batismos a cavalo na feira, que se realiza este ano pela primeira vez em Lisboa.

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia da Estrela (organizadora do evento), Luís Newton, os batismos têm tido “lotação mais do que esgotada”.

A Feira do Cavalo tem dois grandes polos: este polo diurno, muito direcionado para as crianças das escolas da nossa freguesia e outras que queiram cá vir com as famílias, para terem um primeiro contacto com o cavalo”, contou.

Esta atividade “cumpre um dos principais desígnios [da feira], que é dar oportunidade rara às crianças da cidade que tenham contacto com algo que não é tão tradicional ver-se a circular na cidade e com isso constituir-se como uma janela para que estas crianças um dia mais tarde possam também ter curiosidade e visitar outras zonas do país para conhecerem realidades semelhantes”.

Esta não é, contudo, a única atividade a ter sucesso, aliás, a própria feira “já era um sucesso antes de arrancar”: “Ainda estávamos a fazer a montagem para a primeira edição e a nível dos patrocinadores e entidades parceiras havia uma forte vontade em começar a planear a segunda. Diria que, só por isso, já foi um enorme sucesso”, afirmou Luís Newton.

Quem achar que a Feira do Cavalo é dirigida apenas às crianças, desengane-se: “o evento está pensado para a toda a família“.

Para os mais pequenos, além dos batismos há castelos insufláveis, carrinhos de choque e ‘workshops’ e animações, no sábado e no domingo de manhã.

Para todos, há “espetáculos equestres e provas desportivas, que vão ter o seu apogeu durante a tarde de sábado e o dia de domingo”.

À noite há “espetáculos como Lusitana Paixão, no sábado à noite, e fado, DJ e música, juntando componentes regionais e urbanas”.

Na feira há também uma componente gastronómica, “tradições com gastronomia regional e as carrinhas de ‘street food’ que há nas cidades”.

Segundo Luís Newton, pela Administração do Porto de Lisboa (proprietária do Terrapleno de Santos), pela Câmara Municipal da Golegã (parceira da iniciativa) e pela Junta de Freguesia da Estrela “a análise feita é extremamente positiva e há vontade de fazer uma segunda edição”.

Além disso, por parte dos patrocinadores e outros parceiros “há vontade e propostas de modelos de expansão das atividades”.