O Presidente timorense deverá aproveitar uma passagem por Portugal em outubro ou novembro, a caminho da Cimeira da CPLP no Brasil, para condecorar Mário Soares com o Grande-Colar da Ordem de Timor-Leste, disse esta terça-feira fonte da Presidência.

“Estamos à espera da confirmação pelo Brasil da data da cimeira e o objetivo era aproveitar a passagem do Presidente Taur Matan Ruak por Lisboa para conferir o Grande-Colar. A lei prevê que o Grande-Colar tenha que ser conferido pelo chefe de Estado”, disse a mesma fonte à Lusa.

No passado dia 03 de agosto, Taur Matan Ruak decretou a atribuição a Mário Soares do galardão, o mais alto que pode ser dado a uma personalidade estrangeira, em reconhecimento dos que “na sua atividade profissional, social ou, mesmo, num ato espontâneo de heroicidade ou altruísmo, tenham contribuído significativamente em benefício de Timor-Leste, dos timorenses ou da Humanidade”.

“O Dr. Mário Soares é um exemplo de uma longa vida política. Combateu ativamente o fascismo e foi um defensor dos Povos colonizados, a autodeterminação. Com a Revolução dos Cravos, teve por mérito próprio, a oportunidade de desempenhar vários cargos na política portuguesa”, destaca o decreto.

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O texto recorda que durante a sua presidência Mário Soares “pronunciou-se vezes sem fim a favor do direito inalienável à autodeterminação do povo timorense” tendo escrito, depois do massacre de Santa Cruz, em 1991, ao papa João Paulo II, deslocando-se a Roma para falar de Timor-Leste.

Enquanto eurodeputado, sublinhou ainda, “esforçou-se por conseguir que a causa e os direitos do povo timorense fossem reconhecidos, no Parlamento Europeu”.

Já depois da independência, a Fundação Mário Soares “elaborou e concretizou um projeto de grande relevância para a preservação da memória da heroica luta do povo de Timor-Leste pela sua liberdade”, nomeadamente o Arquivo e Museu da Resistência timorense em Díli, refere.