O conselho de administração do BPI propôs, em carta enviada esta terça-feira, vender à Unitel — empresa controlada pela empresária angolana Isabel dos Santos –, 2% do capital do Banco Fomento de Angola, que assim teria o controlo da maioria do capital do banco português.

Em contrapartida, o BPI recebe 28 milhões de euros e a garantia que Isabel dos Santos vota a favor da desblindagem de estatutos do banco. Desta forma o BPI responde também à obrigação imposta pelo Banco Central Europeu de reduzir a exposição ao mercado angolano. O Banco Português de Investimento detinha 50,1% do capital do BFA, perdendo, com esta venda, a maioria, passando a deter 48,1%.

Esta quarta-feira decorre a assembleia-geral do BPI, na qual se vai decidir o futuro da OPA lançada pelo CaixaBank ao banco português. O CaixaBank coloca como condição para o negócio, o fim da limitação dos direitos de voto no BPI. Atualmente, os estatutos não permitem que nenhum dos acionistas tenha mais de 20% dos votos. Daí a necessidade de Isabel dos Santos, enquanto acionista de referência do BPI, aceitar a desblindagem dos estatutos.

O CaixaBank quer garantir que o seu poder no seio da instituição seja idêntico à participação que detém no seu capital. O banco espanhol tem quase 45% do capital do BPI mas os seus votos estão limitados aos tais 20%. Com a desblindagem dos estatutos a limitação nos votos acaba e o banco pode avançar a OPA onde oferece 1,113 euros por cada ação do BPI.

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