O fadista Camané canta Tom Jobim pela primeira vez no Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos, onde a folia se faz de propostas inéditas no campo da música, teatro e cinema.

A folia, um dos cinco capítulos em que se organiza o festival, arranca na quinta-feira em torno de Beethoven, com o maestro Pedro Amaral a dirigir a Orquestra Metropolitana de Lisboa, no concerto que antecede um tributo a Edu Lobo.

“São bonitas as canções”, é o espetáculo que, junta o cantor e compositor Bena Lobo (filho de Edu) e Marta Hugon na tenda de concertos, partilhando o com Pablo Lapidusas no piano, Leo Espinoza no baixo e André Sousa Machado na bateria.

“Uma noite de emoções e energias partilhadas” é a promessa de Sérgio Godinho para sexta-feira, data em que subirá ao palco acompanhado pelo pianista Rui Raposo, para um espetáculo que terá ainda o cunho do coreografo e bailarino Rui Horta.

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O Repertório Utópico de Livia Nestrovski e Fred Ferreira sobre ao palco, pela primeira vez em Portugal, no dia 29, com um espetáculo criado exclusivamente para o Folio, em que a cantora interpretará canções de várias épocas e lugares, passando por Tom Jobim, Ravel, Arrigo Barnabé, Kurt Weill e Milton Nascimento, entre outros.

Tom Jobim voltará a ser o centro das atenções no último dia do festival (2 de outubro), com Camané a trocar o fado pela bossa nova do autor de “Inútil Paisagem” ou “Garota de Ipanema”.

Mas entre o primeiro e o último dos 11 dias de folia a haverá ainda histórias cantadas com músicas do mundo, música regional da região do Amapá (Brasil) e djs a animar o “folio tardio”.

A folia faz-se também de teatro, com destaque para a coprodução da Fundação José Saramago e o teatro Acert para levar ao Jardim Saramago, todos os dias, o espetáculo “A ilha desconhecida”, baseada no conto do nobel português.

“Seu Portuga e a língua portuguesa” e “Contação de histórias” são outras das ofertas performativas, a par com “Um auto para Jerusalém (a partir do livro de Mário Cesariny), ou “Afinal o caracol”, uma peça para bebés, pela associação Andante.

Ivo Ferreira, com “Cartas da Guerra”, marca o arranque da programação em torno do cinema, que incluirá ainda “O vento lá fora”, de Márcio Debellian, um ciclo de Miguel Gonçalves, “O estranho caso de Mário Sá Carneiro”, de Paulo Seabra e “Ruy belo, era uma vez”, bem como extras deste e outros filmes sobre o poeta que terá um dia (1 de outubro) dedicado à sua obra.

Conversas com realizadores e discussões a partir destes e outros filmes são outras das vertentes da programação cinematográfica, que fecha no último dia do festival com o documentário “Fado Camané” e uma conversa com o realizador, Bruno de Almeida.

A segunda edição do Folio, que decorre em Óbidos entre 22 de setembro e 2 de outubro, organiza-se em cinco capítulos: Folia, Folio Autores, Folio Educa, Folio Ilustra e Folio Paralelo, contando cerca de 250 eventos, entre mesas de autor com escritores de todo o mundo, exposições aulas, conversas, palestras, concertos, instalações, leituras, performances e remédios literários.

Celebra os 500 anos da ‘Utopia’ de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.