Pedro Passos Coelho afirmou que o novo imposto sobre o imobiliário, anunciado a semana passada por Mariana Mortágua, representa um travão para o crescimento da economia. No fim da visita a uma incubadora de ideias em Oeiras, o líder do PSD considera que “é má ideia” o Executivo “concentrar discussão em saber como vamos buscar mais dinheiro aos impostos”.
Quando questionado sobre qual o contributo que o PSD daria à discussão desse imposto no Orçamento do Estado, Passos respondeu que o melhor contributo já tinha sido dado: “Não alimentar a questão”. O ex-primeiro-ministro disse que o Governo já se apercebeu que esta proposta é “má ideia e está à procura de se desenvencilhar”.
Passos Coelhos afirmou que este novo imposto pode gerar instabilidade para os investidores e que pode criar receio de que os planos “possam vir a ficar comprometidos com as necessidades de financiamento do Estado, que agrava os impostos sem critério”.
Para o ex-primeiro-ministro, o Governo não devia continuar a discutir que impostos agravar para resolver os problemas de défice, mas sim concentrar-se em formas como a economia “devia crescer para gerar mais receita para quem faz investimentos”.
“O princípio que enunciei mantém-se: quando uma sociedade passa, como nós passámos, por situações de muitas dificuldades, é rigorosamente àqueles que têm mais que nós pedimos um contributo maior” disse Passos, justificando ter, enquanto estava no Governo, afirmado que fazia sentido tributar aqueles com ativos imobiliários acima de um milhão de euros. O líder do PSD explicou que quando tinha defendido essa medida, o seu objetivo “não era que Portugal se afundasse na crise”, mas sim “que Portugal saísse da crise”. “E saiu”, rematou o ex-primeiro-ministro.
Pedro Passos Coelho quis detalhar o que estava a dizer e deu mais explicações:”Sabemos que pedimos àqueles que tinham mais que dessem um contributo maior. Pedimos a todos, não foi só às pessoas. Pedimos às empresas também. As empresas têm hoje aquilo que é designado como uma sobretaxa do IRS — as pessoas pagam mais nos impostos a partir de determinado montante de rendimento. As empresas também pagam. E portanto, quanto mais as empresas lucram, digamos assim, quanto maior é essa riqueza que é extraída do seu investimento, mais essas empresas contribuíram para a nossa recuperação.”