“Esta iniciativa consolida a noção de que a comunidade internacional precisa de apoiar a comunidade médica local para que se inicie um planeamento estratégico de reconstrução mesmo que a guerra não termine em breve”, explica uma nota enviada à agência Lusa sobre a reunião que está a decorrer em Nova Iorque.
Desde o início da guerra na Síria, segundo um relatório de 2015, morreram mais de 700 médicos, cerca de 50% destes profissionais fugiram do país e muitos estudantes de medicina abandonaram os estudos.
O projeto de Jorge Sampaio, que se chama “SOS- Focus on Syrian Medical Students & Doctors”, está integrado na Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, que o ex-presidente lançou em 2013 e já permitiu a cerca de 135 estudantes universitários sírios prosseguirem os seus estudos.
O projeto arranca ainda durante o ano letivo 2016-2017, com 20 estudantes em universidades portuguesas, 35 na Jordânia, e até 10 no Iraque e o mesmo número no Líbano. Estes números aumentarão progressivamente até 2019-2020, ano em que o projeto de três anos terminará.
A iniciativa vai criar três postos de trabalho a tempo inteiro em Lisboa e 12 empregos a tempo parcial na Jordânia, Líbano e Iraque.
A organização diz que “candidaturas de mulheres serão fortemente encorajadas” e tem o objetivo de que pelo menos 30% dos seus participantes sejam mulheres.
Durante esta semana, Jorge Sampaio terá vários encontros com parceiros em Nova Iorque para conseguir apoios para o projeto, que tem um custo estimado de 18,7 milhões de dólares (16,8 milhões de euros).
Jorge Sampaio, que é membro fundador da fundação de Bill e Hillary Clinton, foi no ano passado um dos agraciados na primeira edição do Prémio Nelson Mandela, criado pela Assembleia Geral da ONU para homenagear personalidades que se tenham dedicado a promover os ideais das Nações Unidas.