O Ministério das Finanças sublinha as limitações do Programa de Assistência a Portugal, referidas na pós-avaliação feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). E contesta a leitura de “sucesso qualificado” dada pelos técnicos do Fundo à execução do programa. Para além das “limitações, “junta-se um enorme custo social que o Fundo omite: a emigração em massa de 400 mil portugueses, a maioria destes jovens altamente qualificados”.

Este argumento, que consta da resposta do governo português à pós-avaliação conduzida pelo Fundo Monetário Internacional, resulta de uma “avaliação mais detalhada do Programa”, segundo realça o Ministério das Finanças em comunicado.

“Se é certo que Portugal garantiu o acesso aos mercados e logrou alcançar excedentes orçamentais primários fê-lo à custa de grandes sacrifícios sociais e do tecido empresarial. Uma situação agravada pelo estado do setor financeiro”.

O governo assinala as limitações apontadas pelo FMI: a gravidade da recessão foi subestimada, os ganhos de competitividade foram limitados, os problemas financeiros continuaram e a consolidação contribuiu menos para o crescimento do que o previsto. Destaca que o ajustamento se baseou sobretudo na desvalorização interna, o que passou pelo “corte de rendimentos”, sem que se tenha encontrado “uma resposta” para os desequilíbrios. Acrescenta ainda que os anos de 2011 a 2014 “foram de grande sacrifício para a maioria dos portugueses”.

O comunicado assinala igualmente que o” Governo continua empenhado numa consolidação das contas públicas que permita, em 2016, no cumprimento das regras europeias, uma restauração gradual dos rendimentos dos cidadãos”, ao mesmo tempo que promete “implementar as reformas para melhorar a produtividade”.
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