A comissão de trabalhadores da Groundforce, empresa de assistência em terra da TAP, considera que o projeto da consultora Boston Consulting Group (BCG) compara “maçãs com amendoins”, quando equipara os custos dos serviços com a “‘low cost'” Portway.

Em comunicado, a comissão de trabalhadores defende que comparar a Groundforce com a Portway é como equiparar a TAP com as ‘low cost’ (companhias de baixo custo) Wizz ou easyJet, “no que mais parece uma comparação de maçãs com amendoins”.

Ao nível do ‘handling’ (serviços de assistência em terra), a consultora propõe um plano para alcançar uma redução de 10 a 20 milhões de euros até 2020 através da renegociação do contrato com a Groundforce e reforço do ‘self service’ sobretudo no ‘check-in’.

As possibilidades de poupança no ‘handling’ existem sobretudo no aeroporto de Lisboa, defende, realçando que “o custo do contrato com a Groundforce é 30% mais caro do que com a Portway”, lê-se no ‘diagnóstico’ da consultora, a que a Lusa teve acesso.

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“Este estudo aponta ainda para uma aposta na automação, substituindo trabalhadores por máquinas no ‘check-in’ e nas portas de embarque”, referem, levantando questões de segurança.

A comissão de trabalhadores da Groundforce diz estar cada vez mais preocupada com o futuro do grupo TAP, apelando a todos os trabalhadores que se unam “na defesa dos seus direitos e das suas empresas (…) e à sociedade civil que se una na defesa da TAP para evitar a repetição do caso “PT /Pharol”.

A TAP deve pôr em marcha um “programa ambicioso” para poupar entre 150 a 200 milhões de euros até 2020, defende a consultora BCG, que identificou vários caminhos para a companhia aérea nacional ser mais competitiva.

No projeto ‘Transformar a TAP numa companhia aérea mais eficiente’, a BCG considera que os custos da TAP estão numa boa posição quando comparados com as companhias de bandeira, mas precisa de ser mais eficiente para competir com as de baixo custo.

Nesse sentido, aponta “as oportunidades” para reduzir os custos da transportadora, sendo que um terço da poupança – entre 50 e 70 milhões de euros – é alcançado na categoria dos pilotos e tripulantes, com a renegociação de acordos de empresa e o ajustamento do número de assistentes de bordo ao mínimo exigido por voo.

Entretanto, a TAP prometeu discutir com os trabalhadores novas medidas que sejam equacionadas para melhorar a viabilidade da companhia aérea, garantindo que “nenhum caminho” do programa de poupança proposto pela consultora BCG foi ainda aprovado.

Num esclarecimento enviado aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, lê-se que “outras ideias e projetos, no âmbito do programa de modernização e transformação da TAP, serão amplamente discutidos com os colaboradores e estruturas representativas, para que, em conjunto, se encontrem soluções de melhoria do serviço para os passageiros, contribuindo para a sustentabilidade e viabilidade da empresa”.