A guerra é intrínseca à nossa História, é uma constante que nos acompanha até aos dias de hoje e que o “avanço” da Humanidade ainda não conseguiu anular. Mas de todas as muitas guerras já travadas, aquela que alastrava pelo território europeu há exatamente cem anos é uma das suas maiores tragédias.
Pelo meio dos conflitos armados há uma série de avanços tecnológicos que vão sendo feitos para tentar encontrar a superioridade militar em relação ao adversário. A Primeira Grande Guerra trouxe para o campo de batalha lança-chamas portáteis, gás venenoso e máquinas de raio-X portáteis. Mas foi também o cenário da introdução dos tanques enquanto veículos pesados com grande resistência e capacidade de fogo.
Fez precisamente cem anos no dia 15 de setembro que as lagartas do Mark I, o primeiro tanque de guerra utilizado em combate, pisaram o terreno de Flers-Courcelette, na infame Batalha de Somme, onde mais de um milhão de soldados ingleses, franceses e alemães perderam a vida.
Para marcar essa data, a gigante companhia cipriota Wargaming, detentora de um dos jogos gratuitos mais jogados no mundo inteiro, World of Tanks (tem dezenas de milhões de jogadores) decidiu aliar-se ao The Tank Museum em Bovington e trazer uma réplica do tanque Mark IV para Trafalgar Square, em Londres.
É claro que num jogo que vive da ligação militarista e a experiência de simulação de tanques de guerra como o World of Tanks não poderia falhar, com a inclusão de marcos comemorativos dentro do jogo para demarcar os 100 anos da aparição do primeiro tanque. E, por isso, os muitos e muitos jogadores vão poder experimentar a guerra de trincheiras de Somme com a utilização de réplicas virtuais do Mark I, trazendo durante este período à memória da sangrenta Batalha de Somme.
Num espírito de mecenato que começa a ser frequente no mercado dos videojogos, foi também apresentada uma aplicação gratuita desenvolvida pela Wargaming e pelo estúdio Ballista Digital (especialista em aplicações para exposições) para o Museu de Bovington que permite ver o Mark I na tão na moda Realidade Aumentada, e com ela verificar 100 localizações por toda a Inglaterra onde os Mark I estiveram “estacionados” no final da Primeira Grande Guerra.
É claro que ver um tanque de guerra atravessar Londres é algo de verdadeiramente espetacular; e que a memória dos nossos piores conflitos o impeça de ser uma realidade para além das comemorações e do mundo virtual dos videojogos.
Ricardo Correia, Rubber Chicken
O Rubber Chicken viajou até Londres a convite da Wargaming