A diretora da organização egípcia Nazra para os Estudos Femininos, Mozn Hasan, premiada com o Nobel alternativo, não vai poder viajar para Estocolmo para receber o prémio por estar proibida de sair do país pelas autoridades do Egipto.
A informação da proibição foi dada pela organização Nazra, sendo esta medida habitualmente imposta no país contra ativistas e defensores dos direitos humanos.
O prémio Right Livelihood 2016, conhecido como Nobel alternativo, foi anunciado no dia 22 de setembro e distinguiu este ano a organização de Mozn Hassan, que documentou casos de violações dos direitos humanos e coordenou a resposta a ataques sexuais contra mulheres que participaram em manifestações nos últimos anos no Egito, incluindo a sobreviventes, a russa Svetlana Gannushkina, defensora dos direitos humanos, o jornal independente turco Cumhuriyet e o grupo Defesa Civil Síria, composto por três mil voluntários com a missão de retirar pessoas presas em edifícios destruídos na guerra civil.
Os vencedores vão partilhar um prémio de três milhões de coroas suecas (315 mil euros), que será aplicado no trabalho que estão a desenvolver.
Quando foi anunciado o galardão, a organização Nazra, que a egípcia Mozn Hassan fundou em 2007, destacou a sua intenção de continuar a promover a sua visão de que as mulheres devem ter direito a gozar de “um espaço público seguro em que possam exercer os seus direitos fundamentais”.
Os prémios Right Livelihood (modo de vida correto), mais conhecidos como ‘Nobel alternativo’, foram criados em 1980 para “honrar e apoiar homens e mulheres que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes e atuais”.
Este ano, foram analisadas 125 nomeações de 50 países, por um júri internacional. Até agora, a fundação distinguiu 166 laureados de 68 países.
A cerimónia de entrega dos prémios vai decorrer em dezembro na capital da Suécia, Estocolmo.