Carlos Moedas considera que “o importante” é que Portugal consiga atingir a meta de 2,5% do défice com que se comprometeu para este ano. Ouvido na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, esta terça-feira de manhã, o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação e garante que a Comissão Europeia “não se vai imiscuir” no caminho que o Governo decide adotar para cumprir — confortavelmente, como António Costa tem garantido — os 2,5% do défice em 2016.

A “liberdade” de que o país goza neste momento contrasta com o período de vigência do memorando de entendimento, que Carlos Moedas conhece bem já que atravessou esses três anos como secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro do governo de Pedro Passos Coelho. Agora no papel de comissário, Moedas destaca isso mesmo. “Quando Portugal passou pelo programa e estava todas as semanas com a troika em cima, era terrível, tínhamos muito menos graus de liberdade“, recordou o comissário europeu. “Hoje, esses graus de liberdade são uma grande vantagem para os portugueses e para o Governo”, sublinha o responsável europeu.

Segundo Moedas, a comissão de Jean-Claude Juncker “nunca se vai imiscuir” nas políticas tomadas pelo Governo, até porque isso poderia ser uma intervenção direta nas decisões de um estado-membro. “O importante”, destaca, “é chegar ao compromisso” de 2,5%. É uma condição para que o país possa evitar o congelamento de fundos europeus para o próximo ano (ainda consequência dos défices excessivos de 2014 e 2015), como admitiu na semana passada em Bruxelas o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.

De resto, Moedas estará na primeira fila a aplaudir o trabalho do Governo português, caso as metas com Mário Centeno se comprometeu sejam cumpridas. “Sou o primeiro a ficar muito contente com Portugal, [se] conseguir cumprir com o que se comprometeu”, garantiu o comissário europeu.

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