O islamista responsável pela destruição dos túmulos históricos de Timbuktu, uma antiga cidade no centro da República do Mali, foi condenados esta terça-feira a nove anos de prisão pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, avança a BBC. Esta é a primeira vez que uma sentença é proferida com base na ideia de que a destruição cultural é um crime de guerra.

O acusado, Ahmad al-Faqi al-Mahdi, admitiu ter liderado as forças que destruíram os mausoléus históricos de Timbuktu, Património da Humanidade da UNESCO, em meados de 2012. Apesar de inicialmente ter aconselhado os rebeldes do grupo extremista Ansar Dine (que os procuradores acreditam ter ligações com a Al-Qaeda) a não atacar os túmulos, Al-Mahdi acabou por conduzi-los aos locais sagrados.

O primeiro túmulo de Timbuktu foi destruído em maio de 2012, recorrendo ao uso de picaretas e pés-de-cabra. No mês seguinte, foram demolidos outros lugares sufi, a porta da mesquita Yahia, com várias centenas de anos, e vários mausoléus, incluindo o de Sidi Mahmoud Ben Amar, um dos 333 santos sufi. De acordo com o tribunal, além de ter oferecido “apoio moral e logístico”, al-Mahdi participou na demolição de pelo menos cinco dos dez edifícios.

Na sentença, os juízes do Tribunal de Haia defenderam ainda que al-Mahdi não mostrou qualquer “remorso ou empatia” pelo crime que cometeu. Al-Mahdi é o primeiro jihadista a ser julgado pelo organismo judicial.

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