A União Europeia planeia recolocar 30 mil refugiados atualmente na Grécia até ao final do próximo ano, anunciou esta quarta-feira o executivo comunitário, acrescentando que está a fazer “progressos significativos” na forma de lidar com a crise migratória.

Um relatório da Comissão Europeia indica que o acordo com a Turquia para reduzir o fluxo de migrantes para as ilhas gregas está a revelar-se um êxito. No entanto, apesar das boas perspetivas para a questão dos refugiados na Grécia, as nações da União Europeia deverão ficar aquém do objetivo global – acordado há um ano – de distribuir entre todos cerca de 160 mil migrantes.

Temos feito grandes progressos como União [Europeia], mas ainda temos mais trabalho pela nossa frente“, disse o comissário europeu para as Migrações, Dimitris Avramopoulos, ao revelar vários relatórios em diversas áreas relacionadas com a crise.

Com o aumento da capacidade do Serviço de Asilo da Grécia, e se os Estados-membros aumentarem os seus esforços, será possível recolocar os candidatos [a asilo] ainda na Grécia (cerca de 30 mil) até ao final do próximo ano”, indicou a Comissão Europeia num dos relatórios.

A Grécia acolhe atualmente mais de 60 mil refugiados e migrantes, presos no país quando vários estados dos Balcãs e outros Estados-membros da UE fecharam as suas fronteiras no início do ano.

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Apenas cerca de metade deles é elegível para recolocação na UE ao abrigo do plano dedicado a sírios, iraquianos e eritreus.

A média de migrantes que chega diariamente às ilhas gregas é de 85 pessoas desde junho, muito abaixo das 1.700 pessoas por dia que chegavam em março e das 7.000 por dia em outubro de 2015, salientou o executivo comunitário.

Segundo a Comissão, tal deve-se ao bom funcionamento do acordo com a Turquia.

Portugal recebeu até agora 555 refugiados no âmbito do programa de recolocação de pessoas que estão em campos na Grécia (372) e Itália (183), segundo os dados esta quarta-feira divulgados pela Comissão Europeia.

A UE vai manter o regime de exceção à livre circulação do Espaço Shengen aplicado a cinco países por causa da crise migratória. No entanto, vai manter o plano de restaurar as regras Shengen na sua totalidade até ao final do ano.

O nosso objetivo continua a ser de levantar todos os controlos fronteiriços”, disse Avramopoulos.

A Europa tem vindo a enfrentar a maior crise migratória desde o final da II Guerra Mundial, com mais de um milhão de refugiados e migrantes a chegar às suas fronteiras no ano passado. Estes migrantes fugiam dos conflitos da Síria e do Médio Oriente, bem como da pobreza em África.