A secretária da Inclusão e Assuntos Sociais da Madeira disse este sábado que permanecem por realojar mais de 20 famílias afetadas pelos incêndios que fustigaram o Funchal, em agosto, declarando que a região continua à espera do apoio do Estado para este fim.

“Até hoje não foi transferida qualquer verba para a recuperação das habitações”, informou Rubina Leal no decorrer de uma visita que efetuou à freguesia do Monte, uma das mais afetadas pelos fogos, para acompanhar a situação da recuperação de casas danificadas.

Segundo a responsável do executivo madeirense, ainda estão por “realojar à volta de 20 famílias, mais estas que são uma situação nova que surgiu, que precisam ser realojadas porque há obras municiais que estão em curso”.

A governante falava do caso de seis habitações que estão em situação de risco, por estarem edificadas junto de taludes onde decorrem obras municipais.

“Nós, Governo Regional, através do Instituto Habitacional da Madeira (IHM), vamos proceder ao alojamento destas famílias, uma vez que as obras pressupõem que as pessoas saiam das suas habitações”, adiantou a responsável, mencionando que as intervenções são da responsabilidade da Câmara do Funchal e que estão paradas porque os moradores não abandonam as residências.

Rubina Leal referiu que o executivo madeirense vai “privilegiar a recuperação das habitações”, sendo preocupação fazer com que as pessoas possam regressar antes do inverno.

Naquela localidade “estão a ser recuperadas 10 habitações [que ficaram parcialmente danificadas pelos incêndios] pela Associação para o Desenvolvimento da freguesia de Santo António (ASA) e outras 12 que estão a ser apoiadas por doações feitas à paróquia da freguesia do Monte”, apontou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“As obras grandes que ainda temos, muitas no Monte, ainda estamos a aguardar pelos apoios do Governo central, nomeadamente através do IHRU [Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana], à semelhança do que aconteceu no temporal de 20 de fevereiro [2010] para executarmos essas mesmas obras, uma vez que não podemos utilizar verbas do Fundo de Socorro Social nessa matéria”, argumentou.

A secretária regional realçou que o apoio que a Madeira recebeu até a agora foi “163 mil euros, que surgiu numa primeira fase, e reforço que foi pedido de Socorro Social, 924 mil euros”, uma verba que corresponde ao saldo que transitou de 2015 para 2016 do Instituto de Segurança Social.

Os incêndios que ocorreram na segunda semana de agosto na Madeira, que afetaram sobretudo o concelho do Funchal, provocaram três mortos, centenas de desalojados, danos em mais de 300 edifícios e prejuízos avaliados pelo Governo Regional em 157 milhões de euros.