O Estado e as autarquias investiram nos últimos 30 anos cerca de 250 milhões de euros na criação de bibliotecas da rede de leitura pública, que contam com mais de seis milhões de volumes impressos.

O valor do investimento, “suportado em 50 por cento pelo estado e 50 pelas autarquias locais”, foi este sábado avançado por Silvestre Lacerda, diretor-geral da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), na abertura do II seminário “Educação leitura, Literatura”.

De acordo com o mesmo responsável, a verba permitiu criar, ao longo dos 30 anos da Rede de Leitura Pública em Portugal, “216 bibliotecas centrais, 159 polos, 50 bibliotecas itinerantes e 155 pontos de serviço externo”, como bibliotecas de praia ou similares.

À agência Lusa, o mesmo responsável adiantou que as bibliotecas de todo o país concentram atualmente “6.841.207 volumes impressos”, a que se somam mais 1,3 milhões de documentos em formato eletrónico.

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Destas bibliotecas “56% tem a sua própria página na internet e 58% têm páginas nas redes sociais”, precisou Silvestre Lacerda, aludindo a esforço destes equipamentos “acompanharem as tendências dos nossos tempos”.

Ao fim de trinta anos de existência da rede, iniciada em maio de 1986, as bibliotecas nacionais têm inscritos 1.319.139 utilizadores que, nas últimas três décadas efetuaram 6.363.732 visitas.

Os 30 anos da Rede de Leitura Pública em Portugal e os 20 anos da Rede de Bibliotecas Escolares são evocados no seminário integrado no Educa (capitulo do Folio dedicado à educação) e que leva este fim de semana à vila especialistas de países como Espanha, Canadá, Holanda e Estados Unidos.

Creditado com 15 horas de formação para docentes, o seminário conta com palestras subordinadas aos temas “Literacia e cidadania em tempo digital’ ou “Utopia e Literacia de Thomas More ao próximo futuro”, entre outros.

No conjunto as iniciativas desenvolvidas pelo Educa, e que incluem seis tertúlias, cinco oficinas de mediação de leitura, quatro workshops e o seminário que decorre até domingo, pretendem debater ” o que se pode fazer para promover a literacia em Portugal e no mundo” e “relacionar hábitos de leitura, literacia, literatura e educação”, explicou a curadora Maria José Vitorino.

A segunda edição do Folio encerra no domingo depois de 11 dias celebrando os 500 anos da ‘Utopia’ de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.