Foi um dia longo na sede do PSOE. Depois de uma reunião de 12 horas, os membros do partido espanhol votaram, já ao final deste sábado, a realização de um congresso extraordinário em novembro. Pedro Sanchéz, cedendo à pressão dos socialistas rivais, acabou por apresentar a demissão, deixando o partido entregue a uma comissão gestora, que liderará o PSOE até à eleição de um novo secretário-geral.

A queda de Sanchéz é uma vitória para Susana Díaz, presidente do Governo Regional da Andaluzia, e para o cada vez mais poderoso PSOE andaluz, principal rosto da oposição interna, que há muito exigia a destituição do até agora líder socialista. Uma posição que ficou bem clara durante a reunião de sábado do Comité Federal. Além da entrega de uma moção de censura, foi também proposta a votação de um relatório elaborado por três dos cinco membros da Comissão de Garantias que defendia o afastamento de Sanchéz.

A par dos andaluzes, que têm cada vez mais peso no interior do partido, também outras comunidades autónomas se tinham vindo a manifestar contra a liderança do socialista. E será nas mãos do presidente de uma delas que ficará a nova comissão, aprovada por unanimidade pelo Comité Federal, com uma abstenção e um voto contra.

Javier Fernández, presidente do governo de coligação das Astúrias, liderará o organismo que vai gerir o partido até às primárias. Fernández entrou para o partido em 1987, destacando-se desde do início na política asturiana. Desempenhou vários cargos no governo e, a par do cargo de presidente, ocupa também a função de secretário-geral do PSOE das Astúrias desde 2000. Tem sido, juntamente com Susana Díaz, uma das vozes mais críticas em relação a Sanchéz e à sua forma de atuação no contexto da crise política espanhola.

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A fazer-lhe companhia estarão vários nomes de confiança de Susana Díaz, como o porta-voz do governo andaluz, Mario Jiménez. A lista completa é a seguinte:

  • Javier Fernandéz, presidente do governo do principado das Astúrias
  • Mario Jiménez, porta-voz do Parlamento da Andaluzia
  • Asunción Godoy, do PSOE da Estremadura
  • Francesc Antich, ex-presidente das Ilhas Baleares
  • Ricardo Cortés, deputado regional da Cantábria
  • José Muñoz Lladró, líder da juventude socialista valenciana e porta-voz adjunto das Cortes Valencianas
  • María Dolores Padrón, dirigente local nas Canárias
  • María Jesús Serrano, deputada do PSOE de Córdoba
  • Soraya Vega, do PSOE da Estremadura
  • Francisco Ocón, número dois do secretário-geral do PSOE de La Rioja, César Luena.

A faltar ficaram representantes do partido socialista Catalão, o PSC, que preferiu aguardar pelo congresso de novembro. Aragão e Castilla-La Mancha também escolheram esperar pelas primárias, apesar de os seus presidentes fazerem parte do núcleo que se opôs a Sanchéz. A Galiza também ficou de fora devido aos seus próprios problemas internos. O PSOE catalão está neste momento a também ser gerido por uma comissão gestora.