O mundo começou a por os olhos no céu a partir dos anos sessenta. O Boeing 707 dominava os céus a par do modelo Douglas DC-8, ambos responsáveis por tornar mais comuns e alcançáveis as viagens comerciais de longa distância. Mas já nem estes dois aviões bastavam: os aeroportos norte-americanos estavam demasiado cheios com gente a fazer figas por um lugar dentro das aeronaves. E a Pan Am, a maior companhia aérea dos Estados Unidos até aos anos 90, pôs-se na linha da frente para mudar essa realidade. E em vez de um simples avião criou a “Rainha dos Céus”.

Esse foi o nome que o Boeing 747 recebeu nos anos 70, quando saiu das mãos de uma empresa que tinha muito a provar aos céus norte-americanos. A Boeing tinha perdido o contrato com a Força Aérea dos Estados Unidos e não queria falhar a uma das companhias mais emblemáticas do momento. Juan Trippe, presidente da Pan Am, sabia o que queria: um avião três vezes maior que o 707 e capaz de transportar 400 passageiros com uma autonomia muito maior. Era, dizia ele, “uma grande arma de paz, competindo com os mísseis balísticos intercontinentais pelo futuro da humanidade”. Acabaria por gastar 525 milhões de dólares ao comprar 25 modelos.

Já a Boeing não queria apenas estar preparada para uma mudança nas exigências do cliente final. O avião tinha em atenção aspetos que até aquele momento (e ainda na atualidade) eram menosprezados. A empresa construtora de aeronaves quis apostar em lugares espaçosos, design arrojado e interiores clássicos. A comodidade e a qualidade do serviço seriam as jóias da coroa da Boeing e, em última análise, de todas as empresas que aderissem aos seus negócios. E resultou: o Boeing 747 foi campeão de vendas durante 34 anos.

Veja imagens do interior do avião na fotogaleria.

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