Empresas privadas vão procurar, em consórcio com a concessionária estatal diamantífera angolana Endiama, jazidas secundárias de diamantes na província do Moxico, no interior de Angola, segundo autorização governamental a que a Lusa teve acesso.

O despacho, assinado pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, autoriza o consórcio formado pela Endiama Mining (20%) e pelos privados da Somileste (61%) e da Mukuimbondo (19%) a avançar com trabalhos de prospeção e avaliação diamantífera numa extensão de área concessionada de 810 quilómetros quadrados (km2).

É desta forma alargada a prospeção diamantífera, concentrada nas províncias da Lunda Norte e Sul, ao centro-leste do país.

Em causa está o denominado projeto Lacage, município do Luacheze, que já recebeu anteriormente uma concessão para tentativa de prospeção diamantífera, mas sem resultados conhecidos.

Este novo contrato de concessão dos direitos mineiros, inicialmente válido por cinco anos e aprovado no mesmo despacho, prevê um investimento privado de 385 milhões de kwanzas (dois milhões de euros).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois do petróleo, os diamantes são o maior produto de exportação de Angola.

Para uma área idêntica, de mais de 800 km2, a Lusa noticiou este mês um outro contrato de investimento, neste caso para a província da Lunda Norte, no denominado projeto Chiumbe, também para prospeção jazidas secundárias de diamantes, num investimento privado de sete milhões de euros.

Angola atingiu em 2015 um novo recorde de produção de diamantes, com 8,837 milhões de quilates, que renderam ao país 1,107 mil milhões de dólares (quase mil milhões de euros).

“É de facto uma meta que conseguimos atingir, apesar dos tempos difíceis que se vivem no subsetor dos diamantes porque os preços baixaram”, sublinhou em dezembro passado o ministro da Geologia e Minas, recordando que em 2014 a produção de diamantes atingiu o valor de 1,303 mil milhões de dólares (1,156 mil milhões de euros).

O Governo angolano espera mais do que duplicar a produção nacional de diamantes nos próximos cinco anos, com a entrada em exploração de novas minas.