“Solicitei a Humberto de la Calle, que confirmei como negociador chefe (…), que começasse discussões que nos permitam abordar todos os temas necessários para conduzir a um acordo e ao sonho de toda a Colômbia de acabar com a guerra com as FARC”, afirmou Santos, durante um discurso televisivo, transmitido na noite de segunda-feira.

“Isso [a rejeição do acordo de paz pelo referendo] não significa que a batalha pela paz tenha sido perdida”, tinha afirmado antes Timoleon Jiménez, líder da guerrilha marxista das FARC, a partir de Havana, onde decorreram as negociações de paz durante quase quatro anos.

Admitindo a sua disposição para “retificar” o acordo de paz rejeitado, garantiu que a guerrilha permaneceria “fiel ao que foi acordado” e manteria “o cessar-fogo bilateral e definitivo para aliviar as vítimas do conflito e respeitar o acordo com o governo”.

Pelo seu lado, Santos convocou todos os partidos políticos para o palácio presidencial “para os escutar, abrir espaços de diálogos e decidir o caminho a seguir”.

Santos e Rodrigo Londoño, mais conhecido pelos seus nomes de guerra Timoleon Jiménez ou Timochenko, assinaram em 26 de setembro um acordo de paz histórico, prevendo a desmobilização dos 5.765 combatentes das FARC e a conversão da guerrilha em movimento político legal.

Para entrar em vigor, este texto de 297 páginas deveria ter sido aprovado pelos eleitores, uma consulta não obrigatória, mas desejada pelo Presidente, para dar “uma legitimidade maior” à paz.

Mas, apesar de a maior parte das sondagens preverem a vitória do “Sim”, foi o “Não” que ganhou, com 50,21% dos votos, contra 49,78% num escrutínio em que a abstenção atingiu os 62%.

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