A conferência da Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES, na sigla em inglês), que terminou terça-feira em Joanesburgo, reforçou a proteção de espécies selvagens ameaçadas, como tubarões e pangolins, e rejeitou os apelos para a legalização de algumas empresas para parar a caça furtiva.

As organizações não-governamentais (ONG) de defesa dos animais felicitaram-se globalmente com as decisões adotadas nesta reunião trienal pelos delegados dos 182 países membros (mais a União Europeia, UE). Mas os debates desencadearam profundas divisões no seio de países africanos e de várias ONG sobre a melhor maneira de lutar contra as redes de tráfico de espécies, que movimentam cerca de 18 mil milhões de euros por ano.

Os cerca de 3.500 participantes não conseguiram decidir se a proibição total do comércio internacional de marfim dos elefantes ou de corno de rinoceronte contribui para a proteção dos animais ou se, pelo contrário, alimenta a caça furtiva. “Houve negociações árduas”, reconheceu Theressa Frantz do fundo mundial para a proteção dos animais selvagens (WWF).

Mas, no fim, “os governos chegaram a acordo em relação a uma série de decisões importantes destinadas a proteger melhor numerosas espécies ameaçadas e a reforçarem os esforços na luta contra a caça furtiva em forte recrudescência”, defendeu. “As decisões foram adotadas tendo em conta o interesse das espécies selvagens”, felicitou Susan Lieberman da Wildlife Conservation Society (WCS).

Nos últimos dez anos, 110 mil elefantes africanos foram mortos, vítimas do tráfico, ou seja um quarto da população atual destes animais.

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