776kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Portugueses. Insatisfeitos com a vida, preferem não casar e têm poucos filhos

Este artigo tem mais de 5 anos

Quer saber qual o povo mais insatisfeito com a vida do que o português? Não vale a pena procurar. Pelo menos não na OCDE. Os portugueses são ainda dos que menos casam e dos que têm menos filhos.

De zero a 10, os portugueses dão um 5,1 na maneira como avaliam a sua satisfação para com a vida
i

De zero a 10, os portugueses dão um 5,1 na maneira como avaliam a sua satisfação para com a vida

ANTONIO COTRIM7LUSA/LUSA

De zero a 10, os portugueses dão um 5,1 na maneira como avaliam a sua satisfação para com a vida

ANTONIO COTRIM7LUSA/LUSA

“Vai-se andando”, “Antes assim que pior”, “Mais ou menos”. A verdade é que o povo português tem alguma dificuldade em responder à pergunta “Tudo bem?” com um sorridente “Estou bem, obrigado” e muito menos com um “Estou ótimo, e tu?”. E esta resistência parece, afinal, não ser gratuita. O mais recente estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) vem mostrar que os portugueses são os mais insatisfeitos com a vida, no conjunto dos 35 países da organização.

De zero a 10, os portugueses dão um 5,1 na maneira como avaliam a sua satisfação para com a vida que levam. Uma nota que é puxada para baixo, sobretudo, pelas respostas das pessoas com mais de 50 anos (dão uma nota de 4.5).

E olhando mais em detalhe para o indicador, outra conclusão que se retira é que os rapazes andam naturalmente mais satisfeitos (83%) com a vida que têm do que as raparigas (74%). Uma tendência generalizada na OCDE. Na média dos países, os rapazes mostram-se mais satisfeitos com a vida (87%) do que as raparigas (78%).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Embora os jovens se mostrem mais satisfeitos que os mais velhos, não estão particularmente eufóricos. E a contribuir para isso estará, provavelmente, a crise económica pela qual a Europa, e particularmente Portugal, atravessou nos últimos anos e que fez com que, por exemplo, a proporção de jovens que não trabalham, nem estudam, nem estão a fazer nenhuma formação tenha passado de 14%, em 2008, para 19% em 2013, tendo baixado entretanto para 15% em 2015. Os “custos” desta franja da população rondam os 1% do PIB, segundo o relatório Society at a Glance 2016, divulgado esta quarta-feira.

O mesmo relatório sublinha ainda o desafio que Portugal enfrenta no que toca ao abandono escolar precoce. Segundo os autores, em 2014, mais de dois terços (35%) dos portugueses entre os 25 e os 34 anos não tinham o 12.º ano completo. Com pior desempenho que Portugal, na OCDE, só mesmo o México e a Turquia.

Portugueses são dos que menos casam na OCDE

Continuando a analisar os comportamentos sociais, em 2014, apenas 3,1 portugueses em cada 1.000 casaram –– em comparação com os 7,2 em cada 1.000, em 1990 –, abaixo da média da OCDE, que se fixava nos 4,6 por cada 1.000. Taxa mais baixa do que a portuguesa só mesmo a eslovena (3 por cada 1.000).

E a idade para casar foi aumentando também ao longo dos anos. Em 1990, as mulheres casavam-se, em média, aos 24,6 anos e os homens portugueses casavam-se, em média, aos 26,6 anos. Em 2014, a idade de matrimónio rondava os 29,4 e os 31,1, respetivamente, bem abaixo da média da OCDE, onde as mulheres se casam aos 31 e os homens aos 34 anos. As médias de idade mais altas no primeiro matrimónio registam-se nos países nórdicos.

Estarem a casar menos e mais tarde ajuda a que Portugal seja o 5.º país da OCDE em que mais jovens até aos 29 anos vivam ainda com os pais (75%).

Casam-se pouco e mais tarde e têm também menos filhos. Não que uma coisa tenha necessariamente que estar ligada à outra, mas, neste caso, até bate certo. Em Portugal, a taxa de fertilidade fixava-se, e 2014, nas 1,23 crianças por mulher com idade entre os 15 e os 49 anos, a segunda taxa mais baixa da OCDE (1,68) depois da Coreia. A média da OCDE está nas 1,7 crianças por mulher.

A crescente escolarização e empregabilidade das mulheres, a procura por uma maior segurança no trabalho e melhores rendimentos, e o insuficiente suporte familiar para cuidar das crianças são fatores que explicam esta redução da taxa de fertilidade nos últimos anos, segundo a OCDE.

Portugal gasta mais com a proteção social do que a média dos países da OCDE

Outro dos pontos destacadas pela OCDE tem a ver com os gastos com a proteção social que, em Portugal, correspondem a 25% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que, desses, 14% são direcionados para as pensões de velhice. A média de todos os países da OCDE ronda os 21% (8% para pensões de velhice). Portanto, neste indicador, Portugal pontua melhor que a média.

Continuando ainda nos gastos, Portugal apresenta a terceira maior queda nas despesas com educação desde 2010 e a segunda maior queda na taxa de crescimento das despesas com saúde entre 2009 e 2013.

Assine a partir de 0,10€/ dia

Nesta Páscoa, torne-se assinante e poupe 42€.

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver oferta

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine a partir
de 0,10€ /dia

Nesta Páscoa, torne-se
assinante e poupe 42€.

Assinar agora