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Murmuratio: o "conclave" em que os jesuítas escolhem o novo líder (e que é ainda mais rigoroso que o do Papa)

Este artigo tem mais de 5 anos

Durante dias, 215 jesuítas de todo o mundo encontram-se em Roma e falam apenas por murmúrios sobre os candidatos. Conheça o processo de eleição do líder da maior ordem religiosa da Igreja.

Adolfo Nicolás, até agora o Superior Geral dos jesuítas, com o Papa Francisco, também ele membro dos jesuítas
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Adolfo Nicolás, até agora o Superior Geral dos jesuítas, com o Papa Francisco, também ele membro dos jesuítas

AFP/Getty Images

Adolfo Nicolás, até agora o Superior Geral dos jesuítas, com o Papa Francisco, também ele membro dos jesuítas

AFP/Getty Images

A maior ordem religiosa da Igreja Católica, os jesuítas (de que faz parte o Papa Francisco), está reunida para eleger um novo líder mundial. Desde que foi criada, em 1540, a Congregação Geral — o órgão máximo da ordem — apenas se reuniu 35 vezes. Aos 80 anos, o atual Superior Geral da congregação, o espanhol Adolfo Nicolás, pediu para ser retirado e deu início ao processo que irá eleger o 31º líder mundial da Companhia de Jesus. Esta espécie de conclave tem regras mais apertadas do que o próprio processo de eleição do Papa. Chegaram a Roma 215 jesuítas, vindos de 62 países, e estão reunidos desde segunda-feira.

36ª

É a 36ª vez que a Congregação Geral dos jesuítas se reúne, desde a criação da ordem, em 1540, por Santo Inácio de Loyola.

Trata-se de um processo, em teoria, simples. O primeiro ponto da agenda é a eleição do novo Superior Geral, para a qual basta uma maioria simples de 50%. O Papa Francisco, que esteve como delegado na 32ª e na 36ª Congregações, conhece bem o processo. Depois da eleição, os 215 delegados continuam, por tempo indeterminado, a discutir os problemas da Companhia de Jesus em todo o mundo. Entre as duas centenas de jesuítas presentes no encontro, estão dois portugueses. Os padres José Frazão Correia (o atual superior provincial português) e Miguel Almeida foram eleitos na Congregação Provincial, e vão representar a delegação portuguesa.

Durante vários dias, os jesuítas presentes na reunião participam no chamado Murmuratio (dias de murmúrio). Durante este processo, os delegados conversam entre si, mas em voz muito baixa — daí o termo — sobre os possíveis candidatos para o cargo mais alto da Companhia de Jesus. Há uma regra de ouro: não pode haver campanha. Apenas podem trocar ideias sobre as qualidades uns dos outros, sem se poderem autopromover. Esta tradição vem desde o fundador da Companhia, Santo Inácio de Loyola, que quis acabar com o ‘carreirismo’ que observava em muitas instituições da Igreja. Aliás, como explica o padre jesuíta James Martin, os votos dos sacerdotes jesuítas incluem um voto específico de “não ambicionar nenhum cargo nem na Igreja nem nos jesuítas”.

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A última etapa do processo é informar o Papa do resultado da eleição. É que, enquanto líder da Igreja Católica, Francisco é “o superior do Superior Geral”, explica James Martin.

Conheça aqui melhor o processo de eleição do novo líder jesuíta:

O padre Manuel Morujão, antigo porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, e que já participou por três vezes em Congregações Gerais, explica que se trata de “uma experiência muito rica, porque torna possível sentir o pulsar do coração da Companhia de Jesus, espalhada nos cinco continentes”. No mundo atual, considera o sacerdote português, os grandes desafios do novo líder jesuíta passam pelo “diálogo intercultural e inter-religioso, a missão com as periferias, mais concretamente os refugiados”

Os jesuítas são uma das mais antigas ordens religiosas do mundo, trabalhando sobretudo na área da educação. Em Portugal vivem cerca de 160 jesuítas, em 13 comunidades divididas por 10 cidades, que têm sido uma das vozes mais ativas no apoio aos refugiados, através da JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados) e de Plataforma de Apoio aos Refugiados. Além disso, são responsáveis, no país, por colégios, centros universitários, paróquias, casas de retiros, fundações e instituições sociais.

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