O primeiro festival de música lusófona no Luxemburgo arranca a 11 de outubro na Philharmonie, a maior sala de espetáculos do país, com nomes como António Zambujo, Mayra Andrade ou Mário Laginha.
Músicos de Portugal, Angola, Cabo Verde e Brasil fazem parte do cartaz desta primeira edição do festival, que visa “celebrar as tradições musicais dos países lusófonos”, mostrando “a riqueza musical” destes países, “do fado à bossa nova, passando pela morna ou pelo jazz contemporâneo”, segundo a organização.
Os portugueses Dead Combo, o angolano Waldemar Bastos, o cantor brasileiro Moreno Veloso e o pianista português Júlio Resende completam o cartaz, que inclui sete concertos em cinco dias.
O festival Atlântico surge “de forma natural, porque no Luxemburgo 20 por cento da população fala português”, disse à Lusa Francisco Sassetti, responsável da programação de Jazz e Música do Mundo na Philharmonie, uma instituição que integra a “European Concert Hall Organisation” (ECHO), de que fazem também parte a Gulbenkian e a Casa da Música, no Porto.
“Como a instituição cultural mais importante do país, é natural que a Philharmonie dedicasse um festival a esta cultura musical, que nem sempre tem a visibilidade que merece”, acrescentou o português, que antes de chegar à Philharmonie foi responsável pela programação de jazz no Centro Cultural de Belém.
A ideia do festival Atlântico “é criar pontes, não só geográficas, mas também culturais e poéticas”, tendo a Philharmonie desafiado os músicos a atuar com convidados especiais.
A cantora cabo-verdiana Mayra Andrade convidou a brasileira Maria Gadú, “fazendo a ponte entre Cabo Verde e o Brasil”, enquanto o português António Zambujo convidou “o grande guitarrista brasileiro Marcello Gonçalves”, explicou Francisco Sassetti.
O pianista Júlio Resende tem como convidado Moreno Veloso, filho de Caetano Veloso, enquanto o trio de Mário Laginha atua com o saxofonista inglês Julian Argüelles.
O responsável pela programação do festival espera que a iniciativa “atraia um público internacional, mas também a comunidade lusófona que não tem o hábito de vir à Philharmonie”, promovendo simultaneamente músicos conhecidos nos respetivos países mas com menos expressão internacional.
“Músicos portugueses como a Mariza ou a Cristina Branco têm sido uma presença constante na Philharmonie desde a abertura da sala, há dez anos, mas a vantagem de um festival é que conseguimos criar uma atenção especial para a lusofonia, fazendo crescer o público para este tipo de música”, explicou Francisco Sassetti.
Além dos concertos, o festival inclui ainda atividades para o público jovem, com uma série de espetáculos da companhia portuguesa Concertos para Bebés, de Leiria, e uma workshop de percussão corporal para crianças dos seis aos 12 anos, organizada em parceria com a Casa da Música, no Porto.