Foi sob signo da incerteza que decorreu esta terça-feira de manhã a apresentação do programa do Lisbon & Estoril Film Festival (LEFFEST), que decorrerá entre 4 e 13 de novembro.

O diretor do festival, Paulo Banco, disse “não fazer ideia” do número de espectadores que podem estar presentes nesta décima edição, enquanto a vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, referiu que “o desafio agora é o dos públicos, que continuam a estar aquém da riqueza do festival”.

Em conferência de imprensa, no Centro Cultural de Belém, Paulo Branco explicou que “há muitos nomes” de convidados a juntar aos revelados nesta terça-feira, mas cuja presença não ainda pode confirmar. “São grandes atores americanos e grandes atrizes que trabalharam com Godard”, adiantou.

[o novo filme de Mel Gibson abre o festival]

“Não há uma única pessoa que receba cachet, os convidados vêm pela vontade de estar connosco, não há contratos, por isso é que tardiamente anuncio algumas presenças”, sublinhou.

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Em jeito de balanço, Paulo Branco disse ainda que o certame precisa de melhorar a forma como chega ao público através da comunicação social. “No início a nossa maneira de comunicar não era a melhor e já fomos corrigindo algumas das imperfeições”, admitiu.

Com orçamento de 550 mil euros, menos 50 mil que em 2015, o LEFFEST assinala uma década de existência e afirma-se como evento cultural, não apenas de cinema, capaz de servir de “atrativo turístico” para Lisboa, disse Catarina Vaz Pinto.

O filme de abertura é O Herói de Hacksaw Ridge, de Mel Gibson. “Um belo filme, contrariamente ao que se possa pensar”, ironizou Paulo Branco. O encerramento é feito com Nocturnal Animals, de Tom Ford, vencedor do Grande Prémio do Júri no último Festival de Veneza.

[o trailer de “Nocturnal Animals”]

Os realizadores Jim Jarmusch e Emir Kusturica terão direito a retrospetivas. O sérvio vai estar presente para a ante-estreia de On the Milky Road, com Monica Bellucci.

Da secção competitiva destaca-se Elle, de Paul Verhoeven; Little Men, de Ira Sachs; ou Nocturama, de Bertrand Bonello.

Fora da competição, merecem referência Rester Vertical, de Alain Guiraudie; La Fille Inconnue, de Jean-Pierre e Luc Dardene; bem como Os Belos Dias de Aranjuez, de Wim Wenders.

Jean-Luc Godard terá direito a retrospetiva integral e Jerzy Skolimowski vem fazer a estreia mundial de Je m’appelle Varsovie, realizado por Piotr Anderszewski.

Uma das novidades é a inclusão das salas de cinema do Cascaishopping como espaço do festival, o que permite chegar ao grande público, disse Paulo Branco. Aí serão exibidas sete ante-estreias.

Dois convidados que segundo o diretor do LEFFEST já estavam para vir há vários anos são Adonis, descrito como “escritor imenso, um dos maiores poetas mundiais”, e a pianista argentina Martha Argerich.

O poeta sírio participa no lançamento de O Arco-Íris do Instante, a sua primeira tradução portuguesa, assinada por Nuno Júdice. Os escritores Peter Handke e Enrique Villa-Matas também estarão em Lisboa.

O festival decorre em 11 espaços diferentes, entre os quais se contam o Cinema Monumental, Centro Cultural de Belém, Espaço Nimas, Casino Estoril e Centro Cultural de Cascais. O programa definitivo do festival e o preço dos bilhetes serão conhecidos na próxima semana, dia 21.