A China e o Ocidente já tinham tido os primeiros contactos quando Marco Polo pisou solo asiático, revelam as mais recentes descobertas. Segundo a BBC, os gregos já teriam mesmo chegado à Ásia 1500 anos antes de se ter realizado aquela que se pensava ser a primeira expedição ao local, comandada por Marco Polo.

Os arqueólogos afirmam que a inspiração para a construção do túmulo do primeiro imperador Xian, poderá mesmo derivar da Grécia Antiga. Acrescentam ainda que os artesãos gregos passaram os seus conhecimentos para os habitantes locais no ano III a.C.

Antes destas novas revelações pensava-se ter sido Marco Polo a organizar e concretizar a primeira expedição europeia à Ásia, no século XIII.

“Temos agora claras evidências de que existiu um contacto direto entre a China do Primeiro Imperador e o Ocidente antes da abertura da Rota da Seda. Isto pode ter acontecido muito mais cedo do que se pensava,” disse à BBC a arqueóloga Li Xiuzhen.

Um estudo paralelo revelou também que na província de Xinjiang foram igualmente encontrados indícios de uma comunidade ocidental, o que sugere que os europeus se instalaram naquele local antes e durante o tempo do Primeiro Imperador.

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Estas novas descobertas acrescentam ainda que naquela altura não era habitual construir estátuas humanas em tamanho natural, apenas figuras mais simples que rondavam os 20cm. No entanto, há estátuas em tamanho natural perto do túmulo. A arqueóloga Xiuzhen acredita que as influências vieram de fora do solo asiático, o que vem dar mais força à teoria.

“Penso que o Exército de Terracota, o Acrobats e as esculturas de bronze que foram encontrados no local, foram inspirados por esculturas antigas e arte gregas”, disse Ziuzhen.

Lukas Nickel, professor da Universidade de Viena, afirma que as estátuas de acrobatas de circo, também recentemente encontradas no túmulo do Primeiro Imperador, vêm reforçar esta teoria. “Imagino que um escultor grego pode ter ido para o local para poder ensinar essa arte aos habitantes locais”.

Outras descobertas incluem novas evidências de que o túmulo do Primeiro Imperador será muito maior do que se supunha ser e 200 vezes maior do que a zona do Vale dos Reis do Egito.

Esta nova descoberta inclui ainda restos mutilados de mulheres, que se pensa terem sido de amantes do Primeiro Imperador, e ainda o crânio de um homem com uma flecha cravada, que acreditam pertencer ao filho mais velho do imperador, morto durante uma luta pelo poder após a morte do seu pai.