O Conselho Superior de Magistratura (CSM) abriu um inquérito às declarações do juiz de instrução Carlos Alexandre numa entrevista que concedeu à SIC. O CSM já tinha anunciado que ia esperar que o Tribunal da Relação se pronunciasse sobre o incidente de recusa suscitado pelo ex-primeiro-ministro, José Sócrates, para agir.

O Tribunal de Relação de Lisboa indeferiu na terça-feira o pedido de afastamento do juiz Carlos Alexandre do processo resultante da “Operação Marquês”. O incidente de recusa tinha sido suscitado por José Sócrates a propósito da entrevista que o magistrado concedeu à SIC e em que afirmava não ser o “‘saloio de Mação’ com créditos hipotecários, que tem de trabalhar para os pagar, que não tem dinheiros em nome de amigos, não tem contas bancárias em nome de amigos”, entendendo-se estar a referir-se ao ex-ministro suspeito de corrupção.

“Como foi oportunamente divulgado, o Conselho Superior da Magistratura recebeu no passado dia 27 de Setembro uma queixa do Senhor Engenheiro José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, contra o Senhor Juiz de Direito Carlos Alexandre, relativa ao conteúdo da entrevista por este dada à SIC no dia 7 de Setembro”, refere o CSM em comunicado. “O CSM anunciou que a apreciação da referida entrevista e da queixa aguardariam a decisão do incidente de suspeição pendente no Tribunal da Relação de Lisboa”, acrescenta.

Como a Relação decidiu manter o juiz de instrução no processo em 11 de setembro, por não encontrar “motivo sério e grave” que ponha em causa a imparcialidade do juiz de instrução no processo, o CSM determinou a abertura do “correspondente procedimento de inquérito”.

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