África foi a primeira região a apoiar totalmente a candidatura do ex-primeiro-ministro António Guterres a secretário-geral da ONU, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, para demonstrar a proximidade da relação entre Portugal e o continente africano.

Num discurso perante empresários europeus e africanos na abertura da reunião inaugural do EurAfrican Forum, em Cascais, o ministro começou por realçar que Portugal tem uma relação muito estreita com África, região que é, desde o 25 abril, “uma prioridade constante da política externa de todos os governos democráticos portugueses”.

Explicou que embora os países africanos de língua portuguesa sejam particularmente próximos, a relação de Portugal com África não se esgota na lusofonia, estendendo-se a todo o Magreb, a países da África ocidental, tanto anglófona como francófona, e às comunidades portuguesas na África do Sul.

“É natural que Portugal possa servir de ponte entre a Europa e África. É isso que explica que tenha sido em presidências portuguesas da União Europeia, em 2000 e 2007, que se tenham realizado as primeiras cimeiras entre a UE e África”, lembrou, em declarações posteriores à agência Lusa.

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Recordou ainda que o português que se fala em África é o que progride mais, com a ONU a projetar que antes do fim do século o número de falantes de português em África supere os da América Latina

“Essa proximidade é nos dois sentidos e posso dar um exemplo simples e atual: No processo de candidatura do engenheiro António Guterres a secretário-geral da ONU podemos dizer hoje que a África foi a primeira região a apoiar sem falhas a candidatura”, sublinhou

Explicou que, dos três países com assento no Conselho de Segurança, e que por isso tinham direito de veto na eleição do secretário-geral, Angola foi o primeiro a apoiar “publicamente, de forma cristalina” a candidatura de Guterres.

“Logo a seguir, quer o Egito quer o Senegal foram muito claros. É mais uma prova dessa grande proximidade”, reiterou Santos Silva, que defendeu que Portugal tem por isso um papel importante no apelo ao incremento da cooperação entre a União Europeia e África, nomeadamente no plano económico.