À segunda foi de vez: o antigo ministro da Saúde socialista, António Correia de Campos, foi eleito presidente do Conselho Económico e Social (CES), com 146 votos favoráveis em 219 votantes. Isto significa que com menos um voto, Correia de Campos (que teve 54 brancos e 19 nulos) não seria eleito, já que precisava de dois terços em 219, o que é precisamente 146. O nome fazia parte de um acordo entre PS e PSD que em julho falhou e que levou a troca de acusações entre os dirigentes das duas maiores bancadas do hemiciclo.

Na altura, os deputados votaram para quadro entidades: membros do Conselho Superior de Magistratura, juízes do Tribunal Constitucional, elementos do Conselho de Fiscalização do Segredo de Estado e a presidência do CES. Só este último falhou: precisava de uma maioria de dois terços dos votos dos deputados presentes, mas ficou-se pelos 105 votos favoráveis (contra 93 brancos e 23 nulos). Isto levou a que o ex-ministro do PSD, Luís Filipe Pereira, o presidente cessante, ficasse até esta sexta-feira no cargo.

PSD e PS trocaram então acusações. O líder da bancada do PS, Carlos César, falou então em “falha na honra parlamentar”, atirando a culpa aos sociais-democratas: “Há partidos que dão valor aos seus compromissos. Há pessoas que honram a sua promessa. Não foi o caso do PSD”. Já o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, atribuiu não teve dúvidas que o “fracasso da votação” foi “transversal a todas as bancadas e em igual importância porque os números falam por si”. Mais tarde foi noticiado que, por exemplo a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, estava entre as pessoas que falharam a votação por descuido.

Desta vez houve mais mobilização das bancadas para que nada falhasse. Na última reunião de bancada do PSD, como noticiou o Observador, o próprio Luís Montenegro apelou ao voto em Correia de Campos, nome que está longe de ser consensual na bancada “laranja”. Tanto do lado do PS, como do PSD houve, desta vez, houve uma maior atenção à a votação que decorreu na sala D.Maria. O líder do PSD (partido acusado de roer a corda) e o porta-voz do PS João Galamba (dos chamados “jovens turcos”, que não morrem de amores por Correia de Campos) até se cruzaram quando um acabou de votar e o outro ia a caminho da urna de voto.

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Lomba eleito para Conselho de Opinião da RTP

Foram esta sexta-feira também eleitos os 10 membros (no total são 32) do Conselho de Opinião da RTP nomeados pelo Parlamento. Foram eleitos Pedro Lomba (o ex-secretário de Estado é uma novidade neste órgão), António Ribeiro Cristóvão, José Mendonça e Vítor Almeida Pinho (propostos pelo PSD), Estrela Serrano, José Manuel Guinote e Maria Emília Brederode (propostos pelo PS), Diana Andringa (pelo Bloco de Esquerda), Fernando Correia (pelo PCP) e Diogo Belford Henriques (proposto pelo CDS). A votação foi, para este órgão, mais consensual: 193 votos a favor, 19 brancos e 7 nulos.

Foram ainda eleitos pelo Parlamento os membros da Assembleia na Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos com 157 votos a favor, 55 brancos e 7 nulos e um dos secretários da Mesa da Assembleia da República, o deputado do CDS António Carlos Monteiro.