O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) de Lisboa decretou prisão preventiva para os seis detidos esta semana pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) na operação “Gazua”, informou esta sexta-feira o SEF.

Em comunicado, o SEF refere que os detidos na operação realizada em Viseu, Vila Nova de Gaia, Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua integram uma associação criminosa que estará ligada à chamada “Máfia dos Ladrões em Lei” que atua em toda a Europa e que é composta por “profissionais do crime oriundos do Cáucaso”.

Segundo o SEF, o grupo fazia chegar a território português operacionais especializados na abertura de todo o tipo de fechaduras que, depois de efetuarem “prévias e discretas intrusões em edifícios para se inteirarem do tipo de fechaduras e rotinas dos moradores”, recorriam a “gazuas e técnicas apuradas para roubar dinheiro e objetos de valor de habitações.

O SEF acrescenta que as “cúpulas” da rede criminosa têm sede em Moscovo em Tbilisi, capitais da Rússia e Geórgia, respetivamente, e que cada elemento do grupo tinha uma função definida pela organização.

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Alegadamente, o grupo atuava por células fixadas em determinadas áreas geográficas que agiam separadamente e sem que aparentemente mantivessem contactos, de modo a tornar mais difícil às autoridades detetá-las.

Na operação “Gazua”, divulgada pelo SEF esta terça-feira, este órgão de polícia criminal executou cinco buscas domiciliárias, uma busca numa ourivesaria e várias buscas a veículos.

Foram ainda constituídos três arguidos e apreendida elevada quantia em dinheiro, vários objetos de valor, incluindo joias, documentos falsos e várias ferramentas destinadas a arrombamento.

Os mandados de detenção foram cumpridos em Viseu, Ovar, Vila Nova de Gaia, Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua.

Os valores furtados eram escoados para o estrangeiro e as joias eram vendidas numa ourivesaria em Vila Nova de Gaia, que também foi alvo de buscas e cujo proprietário foi constituído arguido pelo crime de recetação.

A designada “Máfia dos Ladrões em Lei” já tinha sido investigada pelo SEF, tendo resultado na operação “Vory” e na condenação recente dos seus principais elementos a elevadas penas de prisão, refere o comunicado.

A 18 de maio último, no âmbito da operação “Morcego”, o SEF desmantelou um grupo criminoso idêntico de que resultou a prisão preventiva de três suspeitos.

Com os seis detidos em prisão preventiva resultantes da operação “Gazua”, cifram-se em nove os detidos em prisão preventiva resultantes de operações de desmantelamento de redes criminosas de cidadãos do leste pelo SEF.