Mil-quinhentos-e-setenta-e-cinco. Calma, isto não é nenhum artigo de memória sobre futebol de 1575. Este número diz respeito à média de horas por ano de uma pessoa em pé. Isso é como fazer 251 vezes a viagem Lisboa-Nova Iorque. Agora imagine toooodo este tempo de pé durante um ano. Ora bem, isto da Taça de Portugal tem um pouco a ver com o manter-se de pé o máximo de tempo.

O Famalicão demora só dez minutos com o Sporting (1-0 de Markovic), muito embora faça 80′ de gabarito, e o 1.º Dezembro (espante-se) aguenta 90’+6 até ao 2-1 do benfiquista Luisão. Resta o Porto, em Aveiro, com o Gafanha, líder isoladíssimo da série D do Campeonato Nacional de Seniores. O treinador Nuno faz estrear o guarda-redes José Sá e ainda inclui Maxi mais Boly em relação ao onze do 4-0 ao Nacional. No fundo, no fundo, é quase a equipa do campeonato. E o Gafanha sofre, claro. Quer dizer, na primeira meia-hora, a equipa de Ílhavo bate-se bem e o golo só ronda a sua baliza em duas ocasiões, com um remate de André Silva por cima (4′) e um outro de Óliver para defesa de Diogo com os punhos (23′).

Aos 32 minutos, Maxi trabalha bem e entrega a bola para Otávio. O brasileiro segura a bola à entrada da área, quase encostado à linha de fundo, vira-se para a baliza, passa por um, por outro e faz um passe para a baliza. Qualidade e eficácia de braço dado, grande momento de bola. O golo de Otávio liberta o Porto e o 2-0 só não aparece por manifesta falta de pontaria de André Silva (39′) e Diogo Jota (43′). O Gafanha acorda finalmente para o ataque e assusta o Porto. Primeiro, é Renan a atirar ligeiramente por cima (45′). Depois, é Mino a perder o empate de forma escanifobética (45’+1).

Na segunda parte, o Porto carrega no acelerador e só não aumenta o marcador por obra e graça de Diogo. O guarda-redes do Gafanha faz três defesas do além (Maxi 49′, Diogo Jota 49′ e Diogo Jota 53′). O tal 2-0, mais que justo, só chegaria aos 70′, pelo mexicano Corona, com um toque de habilidade após cabeceamento de Marcano para o segundo poste, na sequência de um canto da esquerda. A fechar, em cima dos 90′, Corona trabalha bem na direita com três reviengas e oferece a bola para a cabeça do recém-entrado Depoitre. É o primeiro golo do belga no Porto. E é o primeiro belga do FCP a marcar na Taça desde Defour (6-0 ao Atlético, em Janeiro 2014). Acaba o sonho da Taça do Gafanha. Continua o do Porto, sem levantar o caneco desde 2011. Por quanto tempo se aguentará de pé?

Estádio Municipal, em Aveiro
Árbitro: Jorge Ferreira (Braga)
GAFANHA: Diogo; Bem Haja, Adilson, Pedro Santos e Tavares; Maurício, Ellisson (Luís Breda, 77′), Renan Soares, Pedro Oliveira (Tiago Dias, 59′); Mino (Rúben Silvestre, 54′) e Nadson.
Treinador: Nuno Pedro (português)
FC PORTO: José Sá; Maxi, Boly, Marcano e Alex Telles; Herrera, Danilo, Otávio (Corona, 65′) e Óliver; Diogo Jota (Brahimi, 68′) e André Silva (Depoitre, 65′).
Treinador: Nuno Espírito Santo (português)
Marcadores: 0-1, Otávio (32′); 0-2, Corona (70′); 0-3, Depoitre (90′)

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